Apenas três das 77 lombadas eletrônicas do Recife permanecerão ligadas durante o teste de velocidade, que começa a partir desta quarta-feira (1) na capital pernambucana. Os radares não irão registrar infrações por excesso de velocidade das 6h30 às 8h e das 17h30 às 19h, horários considerados de pico na cidade. Ainda não há detalhes operacionais sobre o teste.
Mesmo sem registrar multas por excesso de velocidades, os radares continuarão multando motoristas por outras infrações como utilização da faixa azul exclusiva de ônibus, avanço de semáforo e parada na faixa de pedestres.
O teste acontece sob muita desconfiança de associações e organizações que representam pedestres e ciclistas no Recife. Daniel Valença, um dos coordenadores do Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife) critica o projeto. "Esse teste é uma tremenda irresponsabilidade com a vida das pessoas. Os pedestres estão preocupados, ciclistas também e os motoristas deveriam estar preocupados. Pode gerar risco de vida para as pessoas com motoristas irresponsáveis que vão infringir a lei".
Daniel ainda destaca números que são preocupantes, com o Recife sendo a quarta cidade no país com maior incidência de violência no trânsito. "Hoje temos um terço das mortes no trânsito nesses horários de pico, 22% das multas de alta velocidade acontecem nesse horário. Deixar o cidadão decidir isso, vai ser uma carnificina. Há uma grande chance de aumentarmos esse número de mortes no trânsito", comentou o coordenador da Ameciclo.
Prefeitura acatou pedido de vereador do Recife
O pedido de teste de velocidade foi formalizado pelo vereador Marco Aurélio (PRTB), que visa diminuir o trânsito na capital pernambucana. O representante da Ameciclo ainda questionou a decisão da prefeitura.
"Como pode ameaçar o prefeito de derrubar o veto para aplicar uma medida que todos se dizem contra. O prefeito não deveria acatar, somos a favor da fiscalização eletrônica. Temos 77 radares na cidade e outras tantas ruas que não tem radares e com muito trânsito. Não é o radar que está causando engarrafamento. Em São Paulo, os radares melhoraram o trânsito", comentou Daniel Valença.