CULTURA

Do baque virado ao baque solto: tradição e história do maracatu

Reportagem especial mostra as diferenças entre os tipos de maracatu no Dia Estadual do ritmo. Tradição resiste, mesmo com dificuldades

Rafael Souza
Rafael Souza
Publicado em 01/08/2018 às 9:21
Maracatu é festejado em dia especial para Pernambuco
FOTO: Maracatu é festejado em dia especial para Pernambuco

Nesta quarta-feira (1º) é dia de um ritmo bem pernambucano. Há 21 anos, a data é comemorada como Dia Estadual do Maracatu e foi escolhida em homenagem ao nascimento do mestre Luiz de França, do maracatu Leão Coroado. A repórter Natália Hermosa traz a história desse patrimônio em uma reportagem estadual que você pode ouvir no áudio abaixo.

História viva

O maracatu Leão Coroado é o mais antigo em atividade no país. Fundado em 1863 e com sede em Olinda, possui 50 integrantes. A atual presidente é Janete Hora de Aguiar que assumiu o posto após a morte do marido em abril deste ano, o mestre Afonso. Com origem africana dos séculos 17 e 18, o maracatu é a cara de pernambuco. Mas, essa importância já ultrapassou as divisas do estado, se tornando em 2014 patrimônio cultural imaterial do Brasil. O ritmo também virou tese de doutorado e livro. “maracatu nação: festa na cidade” foi publicado em 2012.

O maracatu se apresenta de duas maneiras: o de baque virado, com origem no Recife e Região Metropolitana e o de baque solto, com raízes na zona da mata. Não é fácil manter uma tradição, ainda mais com cem anos de história. o maracatu cambinda brasileira, de nazaré da mata, comemora o centenário este ano.

O nosso maracatu vai muito além do carnaval. Ao longo do ano são desenvolvidos projetos culturais e sociais que atendem a todas as idades. Apesar da importância que o maracatu tem, é comum a reclamação de falta de incentivo do poder público e o atraso nos cachês. Leo do maracatu lamenta as dificuldades e diz que tem que ter paixão pra não desistir.