VIOLÊNCIA

Familiares e amigos se despendem de estudante morta na Nicarágua

A estudante Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, foi sepultada no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, 11 dias após ser morta

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 03/08/2018 às 14:28
Alexandre Gondim/ JC Imagem
FOTO: Alexandre Gondim/ JC Imagem

onze dias após a morte da estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, de 31 anos, é que a família conseguiu enterrá-la no fim da manhã desta sexta-feira (3), no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. Antes de chegar no Recife, no início da madrugada, o corpo da pernambucana morta a tiros dentro do carro quando saia de um plantão em um hospital de Manágua, capital da Nicarágua, enfrentou um doloroso processo burocrático que só aumentou o sofrimento da mãe, Maria José da Costa.

Durante o velório, a dona de casa nem conseguiu se aproximar do corpo da vítima mesmo há 4 anos sem vê-la. “Não tive coragem de ver”, lamentou.

Familiares e amigos de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado, e Garanhuns, no Agreste, estiveram juntos neste momento de despedida, que contou ainda com a presença de uma representante do escritório do Itamaraty e do governo do estado, que custeou parte do processo do traslado do corpo.

Carla Chelot, do Itamraty, informou que o governo brasileiro tem cobrado mais explicações sobre a morte da pernambucana e monitora um novo fato que surgiu na imprensa do país centro-americano.

Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro:

O segurança Piérion Gutiérrez Solís, de 42 anos, confessou ter assassinado Raynéia e será investigado pelas autoridades locais por homicídio.

O secretário de Justiça e direitos humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, disse que vai solicitar ao ministério das relações internacionais o acompanhamento de uma representação na corte interamericana de direitos humanos para apurar o considera um crime político. “Isso foi atentado político, um ato de terrorismo. Mataram uma médica porque ela estava trabalhando (...) A versão oficial que querem dar não nos satisfaz”, disse.

Crise na Nicarágua

A Nicarágua atualmente enfrenta um processo enfrenta uma crise política e está mergulhado numa onda de violência que registra mais de 400 mortos em conflitos entre o governo e grupos para militares.