RECIFE

Moradores da Comunidade do Pocotó começam a desocupar túnel

As 42 famílias que moram nas laterais e na parte de cima do túnel Augusto Lucena alegam que não tem para onde ir. Comunidade do Pocotó existe há mais de 15 anos

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 07/08/2018 às 7:53
Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal
FOTO: Foto: Rafael Carneiro/Rádio Jornal

Termina nesta terça-feira (7), o prazo dado pela Justiça para as famílias que construíram moradias em cima do túnel Augusto Lucena, na Avenida Don João Sexto, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, deixem o espaço. Na semana passada, um documento foi enviado a proprietários de 42 casas construídas na Comunidade do Pocotó há mais de 15 anos.

Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro:

Hoje, o clima na comunidade é de tristeza e desolação. Por enquanto, não há mobilização de carros de polícia ou agentes de segurança para efetuar a retirada dos moradores do local. Taciana Maria da Silva está grávida e diz que não tem para onde ir com o marido. "Hoje todo mundo acordou cedo porque eles estão para derrubar e a gente não tem para onde ir. Eles não deram nada pra gente e não temos como alugar uma casa, como levar nossas coisas", diz.

A principal queixa dos moradores é que não houve diálogo com a Prefeitura e que apenas quatro pessoas notificadas tiveram seus nomes inclusos na lista para receber o auxílio moradia no valor de R$ 200. Taciana do Carmo Lima têm três filhos e não sabe o que fazer quando começarem a derrubar o que ela construiu com muito esforço. "Todo mundo está tenso, querendo uma solução e eles não dão. Já chegaram dizendo que iam arrancar tudo e quem quisesse que saísse por espontânea vontade", lamenta. "Vou ficar na rua", afirma.

Resposta da Prefeitura

Em nota a Prefeitura do Recife informa que está cumprindo uma determinação judicial e que equipes da Secretaria de Infraestrutura e Habitação realizam o cadastramento das famílias que construíram os barracos e ocupam irregularmente as laterais e a parte superior do Túnel Augusto Lucena.

Ainda segundo a nota, a desocupação tem como objetivo garantir a segurança dos moradores e dos usuários do sistema viário, baseado em critérios técnicos da Defesa Civil.