Em entrevista à Rádio Jornal, o ex-prefeito de São Paulo e atual candidato a vice-presidente na chapa de Lula, Fernando Haddad (PT), afirmou que não tem medo de um resultado negativo na capital paulista. Ele acredita que o cenário político do País está diferente e que aqueles que não o reelegeram estão descontentes que o destino político que escolheram. Haddad voltou a afirmar que o candidato é o ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, e que a vice será a deputada estadual Manuel D'Ávila (PCdoB).
Lula será candidato
Candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula, que ao que tudo indica será considerado inelegível, Fernando Haddad diz que a determinação do petista, que está preso em Curitiba (PR), é que Haddad percorra o país com o plano de governo do PT.
Haddad destaca a força do lulismo no Nordeste: “O Nordeste está fechado com Lula e com o PT. Temos o reforço da Manuela D’Ávila (PCdoB) que decidiu se somar a esse esforço de resgatar o Brasil. Precisamos levar para o povo a esperança”, afirmou.
Eleição em São Paulo
Prefeito de São Paulo entre 2013-2016, Haddad ficou em segundo lugar na disputa pela reeleição. Perguntado se ele acredita que poderá vencer uma eleição com um desempenho fraco em São Paulo, Haddad diz . Para ele, o cenário político na maior capital do País é muito diferente de 2016 para cá. "O candidato que me derrotou em 2016 hoje está com mais de 50% de rejeição", disse o ex-prefeito sobre o governo de João Dória, que deixou o cargo 15 meses após ser eleito. "O povo está muito esclarecido, o nordeste está fechado conosco e estamos com o reforço da Manuela", diz.
Relação com Ciro
Perguntado se o PT teria rompido com Ciro Gomes (PDT) após o lançamento da candidatura do ex-ministro de Lula a Presidência. "Somos amigos do Ciro, vamos estar juntos no segundo turno para vencer o governo do PSDB e do Temer. Nós e o Ciro estamos do mesmo lado", diz.
Educação não precisa ser militarizada
Ministro da educação nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT), Fernando Haddad discorda do plano do candidato Jair Bolsonaro (PSL) de militarizar a rede de ensino: “Não tem sentido tornar isso militar. Você vai usar a força pra se fazer respeitar? Temos que recompor as bases da educação”, frisou.
Crescimento com inclusão
Vamos fazer o Brasil voltar a crescer, mas com inclusão. "Não estamos vendendo uma ilusão. Já fizemos dar certo". "O que vai mover a roda da economia são as famílias e não os cortes que eles estão promovendo", critica.
Reformas
Coordenador do programa de governo da candidatura Lula, Fernando Haddad diz que a sociedade repudia as reformas do governo de Michel Temer (MDB): “a limitação dos gastos, a Reforma Trabalhista, isso tudo é o Temer com o PSDB. O projeto que está em vigor está no rumo errado, temos que resgatar para o rumo certo”, declarou.
Ele acredita que uma Reforma da Previdência é necessária, mas tem que ser feita “sem sacrificar os mais pobres”. Haddad ainda defendeu mais investimento nas áreas de ciência e tecnologia.