INVESTIGAÇÃO

Para Jungmann, caso Marielle é complexo pois envolve agentes de estado

Ministro disse estar confiante que os responsáveis pela morte da vereadora pelo PSOL do Rio de Janeiro, Marielle Franco, serão punidos

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 08/08/2018 às 16:26
Guilherme Cunha/Alerj
FOTO: Guilherme Cunha/Alerj

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quarta-feira (8) que há uma "complexidade" em torno da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista que estava com ela Anderson Pedro Gomes, pois "envolve agentes do estado". Quase cinco meses após os assassinatos e com as investigações em curso, Jungmann pediu paciência para as apurações.

Apesar das dificuldades, Jungmann disse estar confiante que os responsáveis pela morte de Marielle serão punidos. "Você tem a necessidade de estabelecer a autoria, digamos assim, intelectual [do crime], obter e coligir provas pra isso. Então essa é a dificuldade que se tem. Já foram citados políticos, já foram citados membros de milícias e agente públicos também. Apenas o que dificulta é a necessidade de você fazer a comprovação de tudo isso. Mas vai chegar a hora da justiça e eu tenho certeza que nós vamos punir os responsáveis pela morte da Marielle."

Jungmann participou nesta quarta-feira, em Brasília, da assinatura de parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foi questionado por jornalistas sobre o andamento das investigações.

Investigações

O ministro disse que, apesar das dificuldades em se comprovar a autoria, está confiante de que os responsáveis serão punidos. "Estou confiante de que serão encontrados executores e mandatários. O que dificulta este caso é a necessidade de comprovação. Temos que produzir provas para punir com cadeia os responsáveis [pelo crime]", afirmou.

Em seguida, Jungmann acrescentou que não se pode apressar as investigações: "Eles têm que produzir provas e essas provas têm que ser substantivas. Elas têm que passar pelo teste de verificação da promotoria, de advogados, do Ministério Público e do próprio juiz."

Marielle e Anderson foram mortos a tiros na noite de 14 de março, no centro do Rio de Janeiro dentro do carro em que estavam. No próximo sábado (11), a morte de Marielle Franco chega 150 dias.

Há dois dias, a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora, também falou sobre a necessidade de tempo para que o caso não seja concluído com "qualquer solução". Mônica define o crime como "político e de poder".

Ela pediu proteção às Nações Unidas e disse que teme pela própria vida, após sofrer ameaças virtuais e pessoais.