INVESTIGAÇÕES

Médico de Aldeia foi esganado até a morte, aponta laudo

Em entrevista exclusiva, a esposa de Denirson Paes afirmou que o médico foi morto por alguém que queria incriminá-la

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 22/08/2018 às 13:06
Foto: Reprodução/Facebook
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O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), do Recife, apontou que o médico Denirson Paes Rodrigues, de 54 anos, foi asfixiado até a morte. A informação foi confirmada pelo pai do cardiologista, Francisco Pereira, 79, que recebeu o resultado do exame nessa segunda-feira (20).

A Polícia Civil acredita que Denirson morreu no mesmo dia em que desapareceu, em 31 de maio. A esposa, a farmacêutica Jussara Rodrigues Paes da Silva, 54, e o filho mais velho do casal, Danilo Paes, 23, são os principais suspeitos do crime. Eles estão presos.

Viúva diz que sabe quem matou

Jussara Paes é a principal suspeita de matar e esquartejar o corpo do marido, o médico Denirson Paes
Jussara Paes é a principal suspeita de matar e esquartejar o corpo do marido, o médico Denirson Paes
Reprodução/TV Jornal

A farmacêutica Jussara Paes Rodrigues, de 54 anos, presa há 46 dias, decidiu quebrar o silêncio. Uma das principais suspeitas de ter matado o marido, o médico Denirson Paes da Silva, 54, falou em entrevista exclusiva à TV Jornal, que não o matou e que, de acordo com o que foi investigado até o momento, suspeita de quem poderia ter sido o mandante desse crime. Para ela, o responsável pelo crime conhecia bem a rotina da casa e planejou tudo para que ela fosse incriminada.

Chefe da polícia civil questiona entrevista da viúva

O chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, afirmou que a fala da viúva Jussara Paes Rodrigues causa estranheza. Segundo Joselito, a acusada optou o silêncio antes durante depoimento e só quebrou o silêncio quando presa.

"Não somos ingênuos de acreditar que não pode haver uma estratégia de defesa por trás disso. O que causa estranheza é o silêncio. Se ela foi coagida, por qual motivo ela não falou disso em depoimento? Ela optou pelo silêncio. Esse silêncio na fase policial não se revelou na fase que ela se encontra presa, pelo contrário, ela dá declarações a imprensa. Se houve essa coação, que seja formalizada através dos advogados dela, que será apurado. Também reconhecemos isso como uma forma de defesa. Eu acho que se ela presta uma entrevista e silencia na polícia, era o momento que ela deveria colocar na delegacia que foi coagida", disse Joselito.

Ainda segundo Joselito, ela não apontou nenhum outro suspeito do crime. "Tudo é levado em consideração na investigação, mas é razoável que uma fala de uma hora e meia e um silêncio de segundos na delegacia não são coerentes. Ele teve momento de ser ouvida, de negar os fatos, de arguir as provas e em nenhum momento ela utilizou desse direito. Se ela sabe ou aponta uma outra pessoa, por qual motivo não apontou isso no dia do caso? Ela preferiu o silêncio, isso causa estranheza".

Relembre o caso

O corpo do médico cardiologista e advogado foi encontrado no dia 4 de julho, em um poço na casa pertencente à família, em Aldeia, Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. O cadáver estava em avançado estado de decomposição. De acordo com informações da Polícia Civil, a esposa da vítima e o filho mais velho são os principais suspeitos do crime. Eles estão presos desde o dia que o corpo foi encontrado.

Segundo as investigações, Denirson Paes desapareceu no dia 31 de maio. A esposa disse que a última informação do marido era que ele tinha feito uma viagem internacional e não teria retornado, mas a Polícia apontou que a vítima teria cancelado a viagem, anteriormente marcada para o dia 2 de junho. A causa da morte ainda está sendo investigada, mas uma primeira análise encontrou uma possível agressão no crânio do médico.