SAÚDE

Mesmo com vacinação, mortes por gripe sobem 360% em Pernambuco

Em 2017 foram registrados cinco óbitos por gripe durante todo o ano. Em 2018 já foram contabilizados 23 mortes

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 24/08/2018 às 8:49
Agência Brasil
FOTO: Agência Brasil

Em 2018, 100% de seu público-alvo foi vacinado contra a gripe em Pernambuco. Apesar disto, o Estado enfrenta um crescimento significativo dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que pode ser causada por diversos vírus e bactérias, inclusive o da gripe. Até o dia 28 de julho, 1.547 casos de SRAG foram registrados e 154 confirmados para vírus da gripe. No mesmo período do ano passado, foram 1.288 casos (20,1% a menos), com 110 confirmações (40% a menos). Já o número de óbitos com a presença de vírus da gripe confirmado é 360% maior este, passando de cinco, em 2017, para 23.

Agravamento

A SRAG é caracterizada pela necessidade de internação de pacientes com febre, tosse ou dor de garganta, associados à dispneia ou desconforto respiratório. Entre os óbitos deste ano, 34,8% (oito casos) foram de pessoas acima dos 60 anos. Outros 17,4% (quatro) foram de crianças menores de 2 anos, mesmo percentual para pessoas de 40 a 49 anos. Os exames laboratoriais confirmaram 15 óbitos com resultado positivo de influenza A(H1N1), sete de influenza A(H3N2) e um de influenza B.

O crescimento da SRAG mesmo com a cobertura vacinal adequada intriga especialistas. Com um público total de 2.399.361 pessoas prioritárias, o Estado vacinou 2.445.151 (101,9%) este ano. A cobertura de crianças foi de 89,79% , a de indígenas de 98,46% e as demais passaram dos 100%. Ainda assim, além das 23 mortes confirmadas por influenza este ano, há outros 19 óbitos por SRAG em investigação.

Sem explicação

A sanitarista Ana Antunes, gerente de Prevenção de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma que o órgão ainda não sabe o que pode estar causando o aumento no número de casos. “A gente não tem um argumento que justifique porque os casos (de adoecimento) e as mortes têm aumentado. Estamos tentando entender o que está acontecendo com a influenza, pois observamos algo que muda de padrão, que é a manutenção da curva epidêmica. Infelizmente ainda não temos explicação para isso”, declara.