ELEIÇÕES 2018

Candidatos mantém tom ameno em primeiro bloco de perguntas diretas

No primeiro debate para governador de Pernambuco, candidatos evitaram troca de acusações e ofensas

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 28/08/2018 às 10:29
Artes JC
FOTO: Artes JC

Na segunda etapa do primeiro bloco, quando os candidatos perguntaram entre si, o clima entre os candidatos foi de indiretas de maneira sutil. O tom de voz dos candidatos se manteve ameno e não houve troca de ofensas ou acusações. Quem esperava um debate acalorado, porém, não ficou decepcionado. As respostas foram firmes.

O ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014, foi lembrado por todos os candidatos, em especial pelos adversários de Paulo Câmara. Este, por sua vez, foi o mais atacado, o que já era esperado, visto que ocupa o cargo que os demais pleiteiam.

Veja as perguntas e respostas dos candidatos

Maurício Rands pergunta para Paulo Câmara - Você prometeu construir 4 hospitais. Quantos estarão funcionando até o fim do seu mandato?

PC - Todos os estados passando por uma crise. De cada R$ 1 passado pela União, temos que gastar R$ 3 para manter os serviços funcionando, e estamos mantendo. Multiplicarmos 10x, fizemos 10x mais na saúde. Fomos muito eficientes. fizemos mais consultas, exames e cirurgias. Pernambuco teve a menor taxa de mortalidade infantil de sua história e vamos continuar a investir.

MR - É isso que leva a política a descrença. Essas promessas não cumpridas diminuem a credibilidade na política. Por isso a minha candidatura não vai fazer promessas que não vá cumprir. A saúde tá um caos e vai mudar no meu governo

PC - conhecemos o governo e priorizamos a saúde. No segundo governo Eduardo foram investidos 3 bi, hoje investimos 18 bi. fizemos parceria com a prefeitura do recife, construimos o hospital da mulher. Temos responsabilidade com o dinheiro público e com as pessoas. A diminuição na taxa de mortalidade mostra isso

Paulo Câmara pergunta para Armando Monteiro - Na minha gestão Pernambuco, educação foi uma excelência. Qual sua proposta?

AM - Educação para mim é um ciclo completo. No ensino médio, Pernambuco conquistou avanços. Desde o governo anterior ao de Eduardo, as escolas de tempo integral foram implementadas. No ensino fundamental, somos ruins. No Ceará, houve suporte técnico e pedagógicos. Vamos cuidar do ensino em todo o ciclo, inclusive no ensino fundamental. PE é um só, temos que cuidar com visão integrada

PC - estamos fazendo muito pela educação, e hoje PE atingiu a melhor taxa de educação do BRasil. Temos a menor diferença entre o ensino público e privado. é um grande caminho de prevenção para os desafios. O AM desconhece o que tá sendo feito em PE. temos a escola integrada, que reúne todos os ensinos. Tudo que aprendeu no EM vamos passar para os municípios de PE

AM - PE tem a mais alta taxa de analfabetismo na região, quase 1 milhão de pernambucanos. Temos que ter olhar do conjunto. No EM PE avançou, mas temos que cuidar de todo o circuito. 150 mil crianças estão fora das escolas, segundo dados do IBGE. em suma, vamos cuidar da educação de forma integrada. se foi possível lá, será possível em PE

Armando Monteiro pergunta para Dani Portela - a escalada da criminalidade. Nessa perspectiva temos que tratar da prevenção e repressão. O que fazer na segurança?

DP - isso é uma pergunta que todo o pernambucano tem feito. a insegurança no interior, feminicídio aumentando. é um bicicleta, com repressão e prevenção. precisamos pensar num outro modelo de segurança pública, que ataque as causas da violência. com educação e saúde. como combater a violência se não combatemos as causas? precisamos de escola e emprego. isso é um dos fatores que aumenta a violência. temos 12 anos de gestão do psb, foi feito o pacto pela vida e pela vida de quem?

AM - é possível atuar de forma efetiva na segurança com Eduardo, e isso reduziu a criminalidade. terceirizar a culpa é uma tendência, vamos restaurar a segurança. vamos dizer aos bandidos que eles não terão vida fácil. vamos integrar comunidades e municípios, investir na repressão, principalmente pensar também nos jovens que estão em área de risco.

DP - Eu sou mulher e digo, tá muito inseguro viver em PE. O pacto pela vida funcionou enquanto gerava números positivos. PE volta a estar no ranking da violência. esse pacto não foi feita pela nossa vida. nossa juventude lota presídios e continua morrendo. precisamos pensar em outras saídas e de forma integrada.

Dani portela pergunta para Maurício Rands - assistimos duas grandes enchentes. foram prometidas obras não cumpridas. no seu governo, o que faria?

MR - A mata sul continua correndo riscos. O que falta é maior capacidade de articulação política em brasília, com empresariado para que haja investimentos. desenvolvi uma articulação muito forte em brasília e vou colocar essa articulação para PE. Pe perdeu muita força política nos últimos anos. vou colocar esse trunfo a favor de PE. PE perdeu força relativa por falta de articulação política. faço uma oposição de esquerda, uma alternativa de PE. Vou colocar isso à disposição para melhorar as barragens da mata sul

DP - sou neta de palmares, município desgastado. precisamos tratar com clareza, crescendo economicamente no estado. tenho sido bastante questionada pois seu partido tem cargos no governo paulo câmara. Não é contradição? ser oposição e estar no governo? isso é contraditório.

MR - está implicito na sua visão um loteamento de cargos públicos, nós não vamos fazer isso. Quando se loteia cargos públicos, perdemos. teremos comitê de buscas, para colocar pessoas qualificadas. recebi e coloquei no plano de governo, decisões que não agradem a população, vamos cortar, se não acatar valores éticos.