As eleições de 2018 apresentam um crescimento de 11% no número de candidaturas ligadas à militares no país. A comparação foi feita levando em consideração as eleições de 2014. A série de reportagens especiais da Rádio Jornal “Ideologia, fé e voto: o raio-X das eleições 2018” aborda esses e outros aspectos em Pernambuco.
Confira a primeira reportagem com os repórteres Natália Hermosa e Rafael Souza:
Ressurgimento do autoritarismo
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última eleição federal, 888 candidatos declararam ser militares da ativa ou aposentados. Já este ano, foram 990. O crescimento da categoria pode ser explicado pelo descrédito da população nas instituições e nos políticos após denúncias de corrupção.
Nas pesquisas eleitorais deste ano, o destaque é o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), que aparece como um dos favoritos ao cargo. O cientista político Antonio Lavareda, lembra que o Brasil ainda carrega marcas da ditadura militar. Ele destaca o peso do desconhecimento histórico como causa desse fenômeno.
Em Pernambuco, os militares não disputam uma vaga no alto escalão do estado, estão concentrados nos cargos de deputados estadual e federal. São pelo menos 15, brigando por uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco, e mais 15 lutando por um espaço no congresso nacional.
Atualmente apenas Joel da Harpa, do PP, ocupa uma vaga na Alepe. Ele foi o líder da greve da Polícia Militar de Pernambuco em 2014 e disputa a reeleição. Terra de lutas, Pernambuco foi palco de diversos movimentos pela democracia e de resistência ao golpe militar na figura de líderes como Miguel Arraes (1916-2005), que preferiu ir preso a renunciar o governo do estado em 1964.
A historiadora Marieta Borges estudou a ditadura e lembra os tempos difíceis sem democracia. Ela também destaca que é importante conhecer a história do Brasil para não se enganar.
A série “Ideologia, fé e voto” vai exibir mais duas reportagens no programa “Redator de Plantão”, da Rádio Jornal, nesta quinta (30) e sexta (31).