Luto no jornalismo

Dei graças a Deus de ter sido a pessoa que disse sim à Graça, afirma Ralph de Carvalho

Graça esteve por 17 anos à frente do programa rádio livre, da rádio jornal e por quase três décadas à frente do TV Jornal Meio Dia, na TV Jornal

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 09/09/2018 às 7:51
Léo Motta/ JC Imagens
FOTO: Léo Motta/ JC Imagens

Perto das três da tarde deste sábado, o coração de milhares de fãs, admiradores, amigos, colegas de trabalho e familiares de Graça Araújo, ficou apertado. Chegava a notícia do falecimento da apresentadora, que encantava a todos com o seu jeito sério e ao mesmo tempo doce, que promovia um jornalismo combativo e comprometido com a defesa dos mais frágeis. Graça esteve por 17 anos à frente do programa rádio livre, da rádio jornal e por quase três décadas à frente do TV Jornal Meio Dia, na TV Jornal.

Durante a jornada esportiva deste sábado, após o anúncio do falecimento de Graça Araújo, o comentarista esportivo Ralph de Carvalho lembrou de quando Graça, no início da carreira, lhe pediu uma oportunidade ainda na Rádio Clube. “Na hora que ela estava contando a vida, quando veio de São Paulo, e que procurou um lugar para começar a carreira, eu dei graças a Deus de ter sido, naquele momento, a pessoa que disse sim a Graça. Eu lembro como se fosse hoje e a gente vê o que é vocação. O que é colocado por Deus na pessoa”, conta.

Ralph de Carvalho deu a chance, Graça agarrou a oportunidade e mostrou que era muito capaz. “Ela saiu para fazer o trabalho com uma pauta mista e encontrar fatos na cidade, na rua, que valessem à pena abrir uma programação na rádio. Havia uma recomendação, na época, de não repetir palavra e ela deu show”, relembra Ralph.

A diretora de jornalismo da TV e da Rádio Jornal, Beatriz Ivo, também lamentou o falecimento de Graça Araújo, e destacou algumas das suas tantas qualidades como pessoa e como profissional. “Graça dizia sempre que ela era um milagre e convivendo 25 anos com ela, eu pude testemunhar o tamanho deste milagre. Nasceu pobre, negra e guerreou muito para quebrar o que esse país destina a meninas pobres e negras como ela. Graça engrandeceu, como nunca, a nossa profissão”, comenta.

Confira a matéria na íntegra na voz de Marcela Maranhão:

De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Esperança, onde Graça estava internada, a apresentadora faleceu às 12h55 deste sábado, vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico extenso. Graça tinha o desejo de doar seus órgãos, mas, de acordo com a neurologista Silvia Laurentino, que acompanhou a apresentadora, não foi possível. “Ela já vinha sendo monitorada, estava em coma profundo desde sexta e como era o desejo dela, expresso pela família, de fazer a doação dos órgãos. Estávamos acompanhando para entrar em contato com a Central de Transplantes. Estava tudo organizado, fizemos várias avaliações, mas, infelizmente, por volta das 12h50, subitamente, ela começou a ter uma falência da funções vitais. Nestas condições, não houve tempo de fazer o contato para todo o preparo para a doação”, esclarece.

O corpo de Graça Araújo será cremado, em cerimônia restrita à família, às 16h, neste domingo, no cemitério Morada da Paz, em Paulista.