Trabalhar com Graça Araújo é, sem sombra de dúvidas, a maior honra que qualquer jornalista pernambucano pode ter. Eu digo pode, no presente, porque graça sempre será presente, sempre estará viva em qualquer matéria, reportagem, ou entrevista bem-feita. Graça é eterna, ela é o jornalismo de qualidade e de prestação de serviço que sempre existirá.
Uma mulher preta, nordestina, de origem muito humilde. Espelho para tantas pessoas e rosto e voz para todos aqueles que jamais teriam a oportunidade de ser ouvidos. Graça é o caminho seguro para que precisa de ajuda.
Ouça:
Como colega de trabalho, não tinha como não aprender com ela. Não precisava ser dos mais íntimos não. Bastava passar pela redação da rádio jornal, que Graça Araújo já trazia com ela o fervor da apuração, o pensamento rápido para investigar, analisar, discernir, dos casos mais simplórios aos mais complexos que o dia a dia da notícia pode trazer.
Não tinha ponto final fácil para a apresentadora. Nunca se encerrava logo. Não existia tema sem questionamento. Não existia uma pergunta apenas. Eram sempre várias interrogações, reflexões, e novos aspectos.
Graça é o jornalista multimídia bem antes do surgimento desse termo. Ela é multiplicidade de ideias, de sentimentos, de sonhos e realizações.
Estar ao lado dela, aqui na bancada do Rádio Livre, nesses mais de 20 meses, foi o maior de todos os aprendizados que eu poderia ter. Eu não precisava fazer nada, só ouvir e observá-la no comando desse programa. A perspicácia única de entrevistar e perguntar aquilo do entrevistado que só ela teria a capacidade de perguntar.
Força, comprometimento, dignidade, justiça, transparência e o maior respeito pela voz do ouvinte, da cidadã, do cidadão, de cada pessoa que ligava para o Boca no Trombone, que manda mensagem pelo painel interativo. Graça Araújo somos todos nós e nós, discípulos de Graça, estamos aqui juntos para prosseguir.
Graça sonhava em fazer medicina para salvar vidas. Que bom que trocou a medicina pelo jornalismo. Salvou milhares, milhões de ouvintes.