Eleições

The Economist considera Bolsonaro como 'ameça à democracia brasileira'

Publicação da revista inglesa aponta Bolsonaro como 'ameaça a América Latina' e faz alerta aos brasileiros

Antônio Gabriel Machado
Antônio Gabriel Machado
Publicado em 20/09/2018 às 12:30
Reprodução/The Economist
FOTO: Reprodução/The Economist

A renomada revista britânica 'The Economist' classificou o candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, como a mais recente ameaça da América Latina. A reportagem publicada analisa o cenário político nacional. Segundo a publicação, Bolsonaro seria 'um presidente desastroso'.

A reportagem estampa a publicação e leva como principal ponto o cenário econômico nacional, as investigações da Lava-Jato, o aumento da criminalidade e a descrença da população no sistema político, que levam os brasileiros a enxergar Bolsonaro como um "xerife sensato".

O texto ainda diz que "se ele [Bolsonaro] vencesse, poderia colocar em risco a própria sobrevivência da democracia no maior país da América Latina".

Ainda segundo a revista, " "ao invés de cair nas promessas vãs de um político perigoso, na esperança de que ele possa resolver todos os seus problemas, os brasileiros devem perceber que a tarefa de curar sua democracia e reformar sua economia não será fácil nem rápida".

Alusões com regimes ditatoriais

Declarações polêmicas do candidato também são citadas, comparando-o com Donald Trump, presidente dos EUA, e Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas. O The Economist ainda faz alusões ao regime totalitário de Augusto Pinochet, no Chile, em caráter de alerta aos brasileiro.

"eles não devem ser enganados. Além de suas visões sociais não liberais, Bolsonaro tem uma admiração preocupante por regimes ditatoriais. Ele dedicou seu voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff ao comandante de uma unidade responsável por 500 casos de tortura e 40 assassinatos sob o regime militar, que governou o Brasil de 1964 a 1985", diz a publicação.

De qualquer forma, a reportagem diz não ser possível a aplicação de um regime ditatorial ao estilo de Pinochet. "Bolsonaro pode não ser capaz de converter seu populismo em ditadura ao estilo de Pinochet, mesmo que quisesse. Mas a democracia do Brasil ainda é jovem. Até mesmo um flerte com autoritarismo é preocupante".