JORNALISMO

Francisco José relembra censura na ditadura: foi na Copa de 70

Um dos jornalistas mais famosos do Brasil, Francisco José diz que foi retaliado após reportagem sobre Pelé. Repórter resgata grandes coberturas da carreira

Rafael Souza
Rafael Souza
Publicado em 24/09/2018 às 10:33
Reprodução internet
FOTO: Reprodução internet

Um dos rostos mais famosos do telejornalismo brasileiro, Francisco José revelou que foi alvo da censura durante a Ditadura Militar. “Fui censurado na Copa de 70 em um caso envolvendo Pelé”, contou o repórter ao programa “Frequência 2.0”, da Rádio Jornal. Acompanhe a entrevista na íntegra no áudio abaixo.

História viva

Completando mais de 40 anos de TV Globo e sendo recordista em edições do programa “Globo Repórter” (o primeiro a chegar a 100 edições), Chico José lembra de momentos conturbados no regime ditatorial (1964-1985): “Foi mais difícil naquele período, tinha menos tecnologia e era mais fácil impedir uma cobertura”, conta.

Ele relembra que deu uma matéria no antigo “Diario da Noite”, de Pernambuco, em 1970 revelando que Pelé, o craque da seleção (que se tornaria tricampeã), tomava remédios para conseguir manter o ritmo de treinos e de estrela de TV, já que protagonizava até novela na TV Manchete.

“Se descobriu que Pelé estava tomando o remédio Dexamil. Ele tinha vários compromissos e precisava de um remédio para ficar acordado. Escrevi uma página inteira no jornal Diario da Noite e a censura foi em cima do jornal . Me mandaram pra casa, não pude ir no jornal”, recorda.

O jornalista relembrou com saudades do período em que foi jornalista esportivo, chegando a cobrir seis Copas do Mundo e seis Jogos Olímpicos, além de presidir associações de cronistas esportivos. “Sou plenamente realizado. Tenho mais quatro anos de contrato e vou ficar só com o Globo Repórter e depois vou procurar ver o que fazer da vida”, revelou.

O programa “Frequência 2.0” ainda trouxe uma entrevista com o historiador Rodrigo Bione, do grupo História ao Livre. A atração reúne colunas de astrologia e de sexualidade. O “Frequência 2.0” vai ao ar na Rádio Jornal todas as sextas, às 23h, e aos domingos, às 21h.