SAÚDE

Residentes do HGV voltam ao trabalho após greve por falta de remédios

Durante inauguração da nova emergências do Hospital Getúlio Vargas, o secretário de Saúde do Estado afirmou que o pleito dos residentes era 'extremamente bem-feitos e 70% a 80% foi resolvido'

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 24/09/2018 às 12:01
Juliana Oliveira/Rádio Jornal
FOTO: Juliana Oliveira/Rádio Jornal

De acordo com o secretário de Saúde de Pernambuco, Iran Costa, os residentes do Hospital Getúlio Vargas, na área central do Recife, voltaram ao trabalho nesta segunda-feira (24), após decidirem encerrar a greve, que começou na última terça-feira (18) por falta de medicamentos, de material estéril e falhas na estrutura do prédio. "Conversamos com os residentes, o pleito deles eram extremamente bem-feitos e 70% a 80% foi resolvido", disse. "A gente tem um problema no teto que envolvia uma licitação e isso foi resolvido desde sexta-feira da semana passada", completou.

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A residente Gabriela Calado afirma que alguns medicamentos já começaram a chegar, mas ainda falta material e até máquinas de reanimação para os casos de paradas cardíacas. "Hoje, em nova assembleia, a categoria decidiu pela volta dos residentes às atividades. Primeiramente algumas das nossas demandas foram atendidas. O diálogo foi firmado entre a direção, a Secretaria e os estudantes e, embora a gente tenha muito o que lutar, a gente está com uma boa perspectiva de ser atendido", disse. "Alguns medicamentes já chegaram, mas ainda falta desfibrilador em alguns andares, equipamentos para videolaparoscopia, mas são ajustes que estão em andamento", completa.

Nova emergência

A primeira etapa das obras de readequação da emergência do HGV foi inaugurada nesta segunda-feira (24). Serão 72 novos leitos, sala de gessos e suturas, consultórios de clinica médica, cirurgia geral, traumatologia e cirurgia vascular, além de espaço para hemodiálise, serviço social e uma farmácia. As salas de urgência estão identificadas de acordo com a gravidade de cada caso e o novo espaço será ocupado por pacientes que hoje estão internados na emergência antigas.

A residente afirma que a inauguração não tem relação direta com o fim da greve. "Na prática, a nossa reivindicações por insumos básicos não estão associadas à inauguração da nova emergência. Ela já estava prevista pelo Estado e não atende ao nosso pleito porque não faz parte do que seriam as nossas demandas", diz.

O secretário de Saúde afirmou que a ampliação era uma necessidade antiga. "Vai fazer diferença porque a área está mais qualificada para atender aos pacientes", disse. "Até o final de novembro vamos entregar 100 novos leitos, que é o dobro da capacidade atual", completou. O investimento nas obras e na compra de medicamentos R$ 16,6 milhões.