CASTELO DE FARINHA

RMR: operação aponta fraude em licitações para fornecimento de merenda

Segundo a Polícia Civil, além do esquema fraudulento, a investigação também vai apurar qualidade das merendas

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 11/10/2018 às 18:49
Mário Oliveira/ TV Jornal
FOTO: Mário Oliveira/ TV Jornal

As investigações duraram cerca de três meses e desencadearam a operação Castelo de Farinha da Polícia Civil, que detalhou, na tarde desta quinta-feira (11) o esquema de fraudes em licitações para o fornecimento de merendas escolares para escolas públicas no Grande Recife.

De acordo com a delegada Patrícia Domingos, titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos da Polícia Civil (Decasp), pessoas ligadas à empresa Casa de Farinha S/A intimidaram, tentaram subornar e impediram outras empresas de participarem de uma licitação presencial para o fornecimento da merenda escolar para escolas de Ipojuca.

Segundo a delegada a qualidade das merendas também será apurada. “Há suspeitas de que os alimentos fornecidos pela empresa sejam de péssima qualidade”, afirmou a Patrícia Domingos. "Legumes e verduras podres, além de um só peito de frango usado em sopa destinada a 300 alunos”, exemplificou a delegada.

Entenda o esquema na reportagem de Mário Oliveira:

A suspeita presa nessa operação foi Valéria dos Santos Silva, representante comercial da empresa. O diretor da Casa de Farinha, Nelson Nunes Caniza Neto, se apresentou formalmente para ser investigado. Já o acionista majoritário, Romero Pontual Filho (Romerinho) se encontra foragido.

Resposta

Por meio de nota, a Casa de Farinha S/A informou que é "falsa a imputação realizada pela Delegacia de Polícia Civil de que a empresa Casa de Farinha, através de seus representantes, teria interferido junto aos demais licitantes com o fito de fraudar a licitação". A empresa também afirma que a "Delegacia de Polícia Civil já foi informada que ele se apresentará espontaneamente às autoridades nos próximos dias".

Leia a nota:

O advogado Ademar Rigueira, responsável pela Defesa da empresa Casa de Farinha e de seus representantes Valéria dos Santos Silva, Romero Pontual Filho e Nelson Canizza, vem, por meio desta, informar:

A empresa Casa de Farinha tem, há mais de 13 anos, reconhecida atuação no segmento de alimentação coletiva, seguindo todos os padrões de controle e qualidade exigidos pelos órgãos de fiscalização, não se tratando, portanto, de uma quadrilha.

É falsa a imputação realizada pela Delegacia de Polícia Civil de que a empresa Casa de Farinha, através de seus representantes, teria interferido junto aos demais licitantes com o fito de fraudar a licitação por ela vencida, em 04 de julho de 2018, no município de Ipojuca/PE. O referido certame ocorreu dentro da mais estrita legalidade, observando todos os parâmetros técnicos, formais e legais.

As ações desta manhã (11/10/2018), levadas a cabo pela Delegacia de Polícia Civil, foram precipitadas, lastreadas em imputações sem provas e com finalidade exclusivamente midiática, não havendo qualquer indício do envolvimento da empresa Casa de Farinha, ou de qualquer de seus representantes, nos fatos sob investigação.

O Sr. Romero Fittipaldi Pontual nunca foi sócio da empresa Casa de Farinha, jamais havendo participado em sua administração, tampouco auferindo lucros com a sua atividade.

O Sr. Romero Pontual Filho foi surpreendido nesta manhã pelas ações policiais, posto que encontrava-se em viagem com sua família ao exterior, previamente agendada. A Delegacia de Polícia Civil já foi informada que ele se apresentará espontaneamente às autoridades nos próximos dias.

Por fim, a empresa Casa de Farinha reitera o seu compromisso público com as boas práticas na obtenção e na execução de seus contratos, sendo a maior interessada na busca da verdade e do esclarecimento dos fatos, comprometendo-se a manter a sua cooperação com as autoridades, até o total esclarecimento das equivocadas acusações movidas contra a empresa.