INTOLERÂNCIA

Polícia conclui que Moa do Katendê foi morto por briga política

O mestre de capoeira Moa do Katendê foi assassinado na madrugada do dia 8 de outubro, após uma discussão política em Salvador (BA)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 17/10/2018 às 16:05
 Bruno Figueiredo/Divulgação
FOTO: Bruno Figueiredo/Divulgação

A Polícia Civil da Bahia concluiu que o assassinato do músico e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi motivado por divergências políticas. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) na segunda-feira (15). A conclusão do inquérito conduzido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi divulgado nesta quarta-feira (17) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).

Segundo as investigações da Polícia Civil, Moa do Katendê e Paulo Sérgio Ferreira, de 36 anos, discutiram na madrugada do dia 8 de outubro, após as eleições do primeiro turno. Depois que o artista disse que era contra Jair Bolsonaro (PSL), candidato defendido pelo autor do crime, e revelar ter votado no candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, o acusado pagou a conta do bar, foi até sua residência e voltou ao estabelecimento com uma faca. Moa foi assassinado com 12 facadas desferidas pelas costas. Um primo da vítima também ficou ferido.

O acusado está preso, que confessou o crime. O depoimento de Paulo Sérgio e de testemunhas que presenciaram o assassinato confirmaram a motivação por posições políticas.

O compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador na propagação da cultura afro-brasileira completaria 64 anos de vida no dia 29 de outubro.

Relembre o caso

Uma discussão por motivação política acabou em morte para o compositor e capoeirista Romualdo Rosário da Costa, 63 anos, mais conhecido como Moa do Catendê. Com versos imortalizados na voz de Caetano Veloso, Moa estava em um bar perto de casa, na comunidade do Dique Pequeno, no Engenho Velho de Brotas, quando acabou esfaqueado por outro morador da localidade, após se mostrar contrário ao candidato Jair Bolsonaro. O crime ocorreu por volta da meia noite.

Irmão de Moa, Germinio do Amor Divino Pereira, 51 anos, também foi atingido com um golpe de faca no braço direito durante a confusão e foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece internado e sedado. Na ocorrência do posto policial do HGE, testemunhas identificaram o autor das facadas como Paulo Sergio Ferreira. Ele foi presos horas depois e confessou ter matado o mestre de capoeira, além de afirmar que discutiu por conta de divergências políticas com a vítima.