BOA VIAGEM

Caminhada Sim à Vida protesta contra a violência e a fome

Cinco trios elétricos acompanharam a multidão na Caminhada Sim à Vida. Na abertura, Dom Fernando Saburido abriu a repudiou o grande número de homicídios, o aborto e a falta de preservação do meio ambiente

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 21/10/2018 às 14:10
Filipe Jordão/JC Imagem
FOTO: Filipe Jordão/JC Imagem

Em sua 12º edição, a Caminhada Sim à Vida, promovida pela Arquidiocese de Olinda e Recife, levou uma multidão de fiéis à Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na manhã deste domingo. Acompanhando cinco trios elétricos, os participantes saíram, às 9h40, da altura do edifício Castelinho com destino ao Segundo Jardim, após rezarem um Pai Nossa e uma Ave Maria, sob comando do arcebispo dom Fernando Saburido. Na abertura, o religioso repudiou o grande número de homicídios, a tortura, o sistema prisional. Dom Fernando também fez duras críticas ao aborto, à falta de preservação do meio ambiente e à falta de combate à fome.

“Nada justifica a morte. Aquelas mães que não têm condições de cuidar dos seus filhos devem tê-los e doá-los a famílias que possam criá-los, mas nunca matá-los”, declarou Saburido. “Nós repudiamos os assassinatos no Brasil, sobretudo em nosso Estado. A maioria dos mortos são jovens, assim como nossa população carcerária e em vez de serem ressocializados estão aprendendo a ser criminosos. Nossos presídios são escolas do crime, isso tem que mudar. Não podemos admitir a tortura, ela está em completo desacordo com as palavras de Deus”.

Saiba mais na reportagem de Rafael Carneiro:

SEM POLÍTICA

O arcebispo também denunciou os maus-tratos aos animais, aos idosos, aos moradores de rua. “É inadmissível, em pleno século 21 ainda termos pessoas morrendo de fome em um país tão rico como o Brasil”, destacou. Dom Fernando registrou várias vezes, inclusive nas redes sociais, que a caminhada não é um ato político e sim religioso. “É uma tradição por conta da Semana Nacional da Vida, de 1º a 7 de outubro. No dia 8 é o dia do nascituro (que vem do latim nascituru – aquele que há de nascer, o feto), então este evento é um grito profético em favor da vida”.

“A situação do País está muito ruim. O mundo está feio. É ignorância, estupidez, desrespeito com os idosos, muita violência. Essa caminhada é importante porque incentiva a toda a população a viver em paz, é a melhor coisa do mundo”, diz a dona de casa Maria do Carmo Silva da Penha, de 64 anos. Os trios foram animados pelos padres Damião Silva, Neto Feitosa e Rosivaldo Torres, além da Comunidade Boa Nova e a banda gospel Ministério Petrus.