O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, afirmou que a facada sofrida por Jair Bolsonaro (PSL), durante ato de campanha me Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, no último dia 6 de setembro, acabou beneficiando a campanha do capitão reformado e adversário do petista no segundo turno da corrida pelo Planalto. Haddad ainda destacou que a estratégia de campanha do PSDB favoreceu Bolsonaro.
"É triste dizer um negócio desse, ninguém quer ser esfaqueado para ganhar a eleição, mas ele subiu 10 pontos em uma semana. O Alckmin tava subindo, Bolsonaro tava descendo, e aquele evento fez ele subir 10 pontos", disse Fernando Haddad em sabatina ao jornal O Globo nesta terça-feira (23).
Haddad ainda fez referência a estratégia de campanha do tucano Geraldo Alckmin, que, na reta final do 1º turno, trouxe acusações contra PT e PSL, os dois partidos na liderança das pesquisas. Segundo o petista, tal ação acabou angariando votos para Bolsonaro.
"O Alckmin, na verdade, a estratégia dele no final de campanha, você pode apurar. Quando você bate no PT e no Bolsonaro, você leva água para o Bolsonaro. Era uma prática deliberada. Acho lamentável. Aquela campanha final ajudou muito Bolsonaro", comentou Haddad.
Tenho medo do que vem dos porões da ditadura junto com Bolsonaro, diz Haddad
Sobre Jair Bolsonaro, Haddad ainda disse não ter medo do seu adversário e sim daqueles que o cercam durante a campanha.
"Eu contribuo com o país sempre, para melhor. Vou colaborar sempre com o Brasil. Eu sou um professor, fiz direito, economia e filosofia. Saí da prefeitura para dar aula, é minha fonte de renda. Eu fui escolhido por essas características. Eu tenho uma história de vida na luta pela liberdade e igualdade nesse país. As pessoas tem que ter o direito de desenvolver o seu potencial. Mesmo eu sendo ameaçado pelo Bolsonaro. Esse cara acha que põe medo em alguém, a gente tem medo de quem vem por ele, tem medo de quem vem dos porões da ditadura. Ele é um soldadinho de araque", concluiu.