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Venezuela Pernambucana: refugiados contam como foi a chegada ao Estado

A cidade de Igarassu recebeu 120 venezuelanos, que saíram do seu País para reescrever suas histórias no Brasil

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 13/11/2018 às 12:49
Leo Motta/JC Imagem
FOTO: Leo Motta/JC Imagem

Até a próxima sexta-feira (16), a Rádio Jornal exibe a série de reportagens “Venezuela Pernambucana: de refugiados a cidadãos” sobre os venezuelanos que fugiram do seu país por conta da crise e vieram morar em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. A primeira reportagem da série mostra como está sendo a recepção dos pernambucanos e adaptação dos venezuelanos em nosso estado. A reportagem é de Leonardo Vasconcelos, com produção de Camila Brandão.

A chegada

Em 3 de julho de 2018, um avião carregado de esperança pousou no Aeroporto do Recife. A aeronave da Força Aérea Brasileira trazia os primeiros venezuelanos refugiados vindos de Boa Vista, capital de Roraima, no norte do País. Hoje já são 120 morando em Pernambuco, como explica o secretario de executivo de Assistência Social de Pernambuco, Joelson Rodrigues.

O destino de todos os venezuelanos foi a ONG Aldeias Infantis S.O.S. Brasil, em Igarassu. As despesas são custeadas pelo Acnur, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, por um período inicial de seis meses.

Em Igarassu, os 120 venezuelanos que tiveram suas histórias interrompidas em seu país começaram a reescrevê-las. Mudaram não só de endereço, mas de condição: passaram de refugiados para cidadãos. Para isso contaram com a ajuda e a simpatia dos vizinhos que os acolheram de braços abertos

A boa recepção, no entanto, não apaga as feridas do passado. E todos carregam marcas profundas do que viveram em seu País. Quando falam do governo Nícolas Maduro, acusado de diversos crimes, isso fica bem claro. Augusto Zambrano, de 23 anos, culpa o presidente pela crise. “O governo não presta, ele não serve como presidente, está fazendo coisas más. Não sabe administrar a renda do País. Desde que ele começou a governar tudo está caindo”, diz.

Joel Antônio Ruiz, de 24 anos, veio para o Brasil com a esposa e o filho de um ano e dois meses. De acordo com ele, a vida na Venezuela estava insustentável. Ele lembra que, quando chegou em Roraima, passou por muitas dificuldades, mas aqui em Pernambuco ele disse que finalmente foram bem recebidos. “As pessoas daqui são muito calorosas e receptivas. Elas recebem muito bem as pessoas. Elas nos ajudam, nos abraçam, dão uma boa palavra, muito legal aqui”, completa.

Próxima matéria

Na segunda reportagem da série “VenezuelaPpernambucana: de refugiados a cidadãos”, o assunto será o sofrimento da viagem para o Brasil e os primeiros dias no País. Você vai conhecer a história do homem que andou mais de 200 quilômetros com a esposa e cinco filhos pequenos em três dias para chegar até a capital de Roraima.