O ex-presidente Lula chegou no prédio da Justiça Federal em Curitiba cerca de 25 minutos antes do horário previsto para seu depoimento, marcado para às 14h, horário de Brasília, e está sendo ouvido neste momento. Não há previsão para o fim do depoimento, que é colhido pela juíza Gabriela Hardt.
Esta foi a primeira vez que Lula deixou o prédio da Superintendência da Polícia Federal. Do local até o prédio da Justiça Federal são cerca de 5 quilômetros de distância e o trajeto foi tranquilo, segundo o Comando do Policiamento do Paraná. A escolta do ex-presidente foi feita pela Polícia Federal com apoio de batedores da Polícia Militar.
O interrogatório faz parte do processo que apura a propriedade e obras no sítio de Atibaia, que seriam financiadas por empreiteiras e é o terceiro em Curitiba em ação penal decorrente da Lava Jato.
Há manifestantes acompanhando o depoimento do ex-presidente Lula e a Polícia Militar faz a segurança no local.
A senadora Gleisi Hoffman criticou o depoimento em mais um processo em que Lula é indiciado por corrupção. “Mais uma peça teatral que nós temos nesse processo contra Lula. Não entendemos porque Lula tem que fazer esse depoimento, aliás, porque está sendo processado. Qual o crime que Lula cometeu? O direito penal é personalíssimo, então teriam que apontar qual foi o crime, o ato de ofício que configura corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, questionou a petista.
Gleisi Hoffman ainda voltou a defender que o ex-presidente não tem relação com o sítio. “Lula não é dono do sítio, não sabia de reforma em sítio (...) O Brasil está virando motivo de chacota e descrédito internacional em relação ao seu judiciário”, afirmou.
Segundo a Justiça Federal, o depoimento do ex-presidente Lula, que está sendo filmado, deve ser disponibilizado ao final da ouvida.
Condenação no caso tríplex do Guarujá
O primeiro depoimento de Lula foi realizado no processo do tríplex do Guarujá, em São Paulo, em 10 de maio do ano passado. Ele foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro e foi acusado de ter sido favorecido pela OAS com a reforma de adequação do apartamento, que acabou nunca ter sido efetivamente usado pela família do ex-presidente.
A pena nesse caso, no entanto, foi aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região em Porto Alegre para mais de 12 anos. E é por esta penalidade deste processo que Lula está preso desde o dia 7 de abril.