REPERCUSSÃO

Canibais de Garanhuns vão a júri popular pela morte de duas mulheres

O crime bárbaro cometido por três pessoas, que ficaram conhecidas como os "Canibais de Garanhuns", chocou o Brasil e teve repercussão mundial

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 22/11/2018 às 14:26
Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem
FOTO: Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem

Acontece nesta sexta-feira (22), no Recife, um júri popular que deve chamar a atenção mundial. Os réus, que ficaram conhecidos como os Canibais de Garanhuns, serão julgados pelos assassinatos de Alexandra Falcão da Silva e Gisele Helena da Silva. As vítimas foram esquartejadas e partes do corpo utilizadas no preparo de empadas e coxinhas por Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva.

A audiência ocorre no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, área central do Recife. Os Canibais de Garanhuns já cumprem pena por outro assassinato.

Segundo o promotor de justiça André Rabelo, os dois crimes contra Alexandra e Gisele foram descobertos em 2012. “Em fevereiro de 2012 uma jovem desapareceu em Garanhuns. A família prestou queixa três dias depois, essa investigação durou uns 30 a 40 dias, até que a polícia descobrir que ela tinha sido assassinada no interior da casa em que moravam três adultos e uma criança”, contou.

Ainda de acordo com o promotor, um dos focos do Ministério Público de Pernambuco será descartar qualquer alegação de que os réus possuem algum tipo de transtorno de ordem mental. “Em nome de uma seita chamada O Cartel eles matavam, esquartejavam o corpo dessas pessoas e se alimentavam da carne e das vísceras dessas pessoas”, segundo o promotor, posteriormente, a polícia descobriu que o grupo tinha feito oito vítimas.

Confira os detalhes na reportagem de Gabriela Bento:

Condenação em 2014

Em novembro de 2014, após mais de 20 horas de julgamento, Jorge Beltrão, Isabel Pires e Bruna Silva foram condenados pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos.

A moradora de rua Jéssica Camila e sua filha de um ano foram viver em Rio Doce, em Olinda, com Jorge, Isabel e Bruna. Eles planejaram a morte da vítima, esquartejaram o corpo e chegaram a se alimentar das carnes de Jéssica.

Em Garanhuns eles mataram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, respectivamente, em fevereiro e março de 2012. O trio criou uma seita chamada de O Cartel, que visa a purificação do mundo e o controle populacional.

A ingestão da carne humana, segundo Jorge Beltrão, faria parte do processo de purificação da alma das vítimas. Os crimes foram descobertos depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento.

Jorge cumpre pena no Presídio Desembargador Augusto Duque, em Pesqueira. Já as mulheres estão na Colônia Penal Feminina de Buíque.