Julgamento

Julgamento dos 'canibais de Garanhuns' é adiado

Julgamento aconteceria no Fórum Rodolfo Aureliano. De acordo com o promotor do Ministério Público de Pernambuco

Antônio Gabriel Machado
Antônio Gabriel Machado
Publicado em 23/11/2018 às 10:43
Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem
FOTO: Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem

Foi adiado para o próximo dia 14 de dezembro o julgamento do caso que ficou conhecido como 'os Canibais de Garanhuns'. O júri popular acabou sendo remarcado por conta da ausência da defesa de Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, considerado o líder do grupo, que alegou problemas médicos. Os advogados das outras duas acusadas, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina de Oliveira da Silva, abandonaram o plenário após terem o pedido do adiamento do julgamento negado, causando a transferência da data.

O júri popular do caso aconteceria no Fórum Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, no Centro do Recife. De acordo com o promotor do Ministério Público de Pernambuco, André Rabelo, após os advogados das acusadas abandonarem a sessão, o juiz enviou um ofício pedindo para a Defensoria Pública assumir o caso de Isabel e de Bruna.

O júri, composto por sete jurados, acontece no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na área central do Recife. A expectativa é de que a sentença seja anunciada no mesmo dia. De acordo com a denúncia, as vítimas Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31, foram atraídas para a casa dos acusados com a promessa de que iriam trabalhar como babás. Os crimes aconteceram em meses diferentes. Elas foram assassinadas, esquartejadas e partes das carnes das coxas, pernas, braços, nádegas e fígado foram retiradas e consumidas. Os restos mortais foram enterrados no quintal.

Segunda vez no júri

Está é a segunda vez que o trio ocupa o banco dos réus num júri popular. No ano de 2014, eles foram condenados pela morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos - morta em Rio Doce, Olinda, Grande Recife, no ano de 2008. O assassinato da adolescente foi descoberto quatro anos depois e, segundo a polícia, teve os mesmos requintes de crueldade do duplo homicídio registrado no Agreste pernambucano.

Nesse julgamento, Jorge foi condenado a 23 anos de prisão. Já Isabel e Bruna receberam penas de 20 anos, cada uma. Todos continuam presos.

O caso

A moradora de rua Jéssica Pereira, 17 anos, e sua filha de um ano foram viver em Rio Doce, em Olinda, com Jorge, Isabel e Bruna. Eles planejaram a morte da vítima, esquartejaram o corpo e chegaram a se alimentar das carnes de Jéssica.

Em Garanhuns eles mataram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, respectivamente, em fevereiro e março de 2012. O trio criou uma seita chamada de O Cartel, que visa a purificação do mundo e o controle populacional.

A ingestão da carne humana, segundo Jorge Beltrão, faria parte do processo de purificação da alma das vítimas. Os crimes foram descobertos depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento.

Jorge pegou a maior pena: 23 anos de reclusão. Isabel e Bruna pegaram 20 anos de prisão cada uma. Antes do primeiro julgamento, os acusados passaram por exames de sanidade mental. Os laudos apontaram que todos tinham consciência dos crimes e não apresentavam nenhum distúrbio psiquiátrico.