ACUSADO DE HOMICÍDIO QUALIFICADO

Julgamento de Cláudio Amaro começa hoje e deve acabar nesta terça

O cardiologista Cláudio Amaro Gomes é acusado de ter mandado matar o cirurgião torácico Artur Eugênio

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 10/12/2018 às 8:00
Acervo/ JC Imagem
FOTO: Acervo/ JC Imagem

O médico cardiologista Cláudio Amaro Gomes, acusado de ser um dos mentores do assassinato do também médico Artur Eugênio de Azevedo, 36, vai finalmente sentar no banco dos réus. Adiado no mês passado, o júri popular começou nesta segunda-feira (10) e deviso a dispensa de algumas testemunhas, deve ser concluído nesta terça ou quarta-feira (12). Diante da quantidade de provas que devem ser apresentadas em juízo e dos depoimentos dos réus, a expectativa é de que o julgamento dure pelo menos cinco dias – uma média de 45 horas. A juíza Inês Maria de Albuquerque Alves, da 1ª Vara do Tribunal do Júri Jaboatão dos Guararapes, vai presidir a sessão.

De acordo com as investigações, Cláudio Amaro Gomes teria cometido o crime contra Artur Eugênio motivado por desavenças profissionais. Os dois trabalhavam juntos num hospital particular do Recife. O filho do cardiologista, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, e mais três homens também foram apontados pela Polícia Civil como os responsáveis pelo crime.

O médico Artur Eugênio teria sido assassinado em 12 de maio de 2014. Depois de sair do trabalho, ele foi interceptado em frente à sua casa, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. O carro dele foi encontrado no dia seguinte, carbonizado, no bairro da Guabiraba. Já o corpo foi encontrado na BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. Segundo o inquérito, coordenado pelo delegado Guilherme Caraciolo, o mandante pagou entre R$ 50 mil e R$ 100 mil pela execução.

No mês seguinte ao crime, Cláudio Amaro e o filho foram presos e apontados como os mentores do homicídio. As investigações mostraram ainda que Júnior teria pago Jailson Duarte César para contratar Lyferson Barbosa e Flávio Braz – estes dois últimos seriam os executores do crime. Flávio foi morto em troca de tiros com a polícia no momento da prisão, em 2015.

Em setembro de 2016, o filho de Cláudio Amaro e Lyferson foram condenados pela Justiça. Já Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte não foram julgados porque recorreram em instâncias superiores.

DIPLOMA CASSADO

Em maio deste ano, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) cassou o diploma do médico Cláudio Amaro. A defesa recorreu na decisão no Conselho Federal de Medicina. O julgamento administrativo ainda não ocorreu porque o conselheiro relator solicitou diligências processuais.

HABEAS CORPUS NEGADO

Na semana passada, transitou em julgado a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que negou novo recurso impetrado pela defesa do médico Cláudio Amaro Gomes. Desta vez, os advogados solicitaram que a prisão preventiva fosse convertida pela domiciliar, sob o argumento de que o acusado está com a saúde debilitada.

O relator do caso foi o ministro Luís Roberto Barroso. No voto, ele destacou que não há necessidade da prisão domiciliar porque o médico “não estaria extremamente debilitado por motivo de doença grave”. Um dos laudos anexado ao processo “atesta que a saúde do preso é estável”. Barroso ainda pontuou que já há uma decisão judicial para que Cláudio Amaro fique em cela especial, diferenciada, e seja atendido por médico de fora do serviço penitenciário.