SAÚDE MENTAL

Paralisação no Ulysses Pernambucano afeta atendimento em todo Estado

Suspensão de plantões extras dificulta e sobrecarrega o serviço no Ulysses Pernambucano. Mãe de paciente tentou internamento no Hospital da Tamarineira e só conseguiu depois do filho tomar água sanitária

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 11/12/2018 às 15:43
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

A paralisação dos trabalhares de plantão extra, na área de saúde do estado de Pernambuco, já afeta o atendimento de usuários. O Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, permanece atendendo apenas pacientes levados em ambulâncias ou pela Polícia Militar.

Restrições nos atendimentos

Várias famílias que tentam internar pacientes em surto, continuam sem atendimento. Um homem de 35 anos tentou se mutilar dentro do hospital, familiares gritaram por socorro, mas nenhum funcionário apareceu para ajudar. Ana Maria afirma que o filho voltou para casa sem atendimento. “Ele passou a noite toda agressivo. Em casa, ele tomou água sanitária. Aí eu chamei o Samu e só agora consegui internar”, lamenta.

A direção do hospital emitiu uma nota informando que a restrição era resultado de uma paralisação dos trabalhadores dos plantões extras. Nesta terça, a restrição continua e os funcionários denunciam que, além dos 5 meses sem receber salários, que motivou o protesto desta segunda-feira (10), enfrentam uma série de outros problemas.

Serviço sobrecarregado

De acordo com a assistente social do plantão extra Brandina Peres, falta explicação do Estado. “O último pagamento que a gente recebeu foi julho. Falta agosto, setembro, outubro e novembro. Todos estes meses”, diz.

Outro problema levantado por Brandina Peres é a sobrecarga no atendimento do Hospital. “Estamos tento que atender a rede toda, do Estado e a rede privada pela falência dos outro serviços e pela falência e desmonte da rede de saúde mental. Este Hospital está segurando o desmonte geral, inclusive o dele”, completa.