Recife

Suspeito de apagar imagens do dia da morte de Beatriz é considerado foragido

Alisson Henrique Carvalho da Cunha teve a prisão preventiva decretada na tarde desta quarta-feira (12), por suspeita de obstruir as investigações do caso Beatriz

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 12/12/2018 às 19:22
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A Polícia Civil de Pernambuco apresentou em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (12) os detalhes sobre o mandado de prisão preventiva expedido contra Alisson Henrique Carvalho da Cunha, de 40 anos. Ele era funcionário do Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e é suspeito de ter apagado imagens do circuito de segurança do local. Essas câmeras poderiam ter registrado a ação do assassino da menina Beatriz Motta, que morreu aos 7 anos de idade, assassinada com 42 facadas durante uma festa que era realizada na escola. O caso aconteceu em dezembro de 2015 e segue sem solução. Segundo o chefe da Polícia Civil, Joselito Amaral, Alisson Henrique agora é considerado foragido.

"Com a decretação da prisão ele, nesse momento é considerado foragido. Nós já estamos com equipes, inclusive com a participação da inteligência, no sentido de localizá-lo e prendê-lo", afirmou o chefe da Polícia. Ainda de acordo com ele, a investigação sobre a morte de Beatriz Motta é um caso difícil: "Estamos dentro de um crime complexo, um crime com um grau de dificuldade grande pelo tempo que já se passa de investigação, mas hoje foi um passo muito importante e significativo".

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Joselito Amaral também reforça a versão de que Alisson pode ter atrapalhado as investigações: " (A prisão) é um passo importante porque é uma pessoa que, de certa forma, atrapalhou as investigações e, por conta disso, foi decretada a sua prisão preventiva".

As equipes de investigação trabalham agora na missão de tentar resgatar as imagens que foram apagadas: "A partir daí o DVR, que é o material que acondiciona essas imagens, foi apreendido e estamos trabalhando hoje com a perícia no sentido de resgatar essas imagens que foram subtraídas e que deram margem á prisão dele", concluiu Joselito Amaral. Confira os detalhes na reportagem de Lilian Fonseca.

Ouça:

O pedido de prisão preventiva contra Alisson Henrique de Carvalho Cunha estava na pauta desta quarta, na sessão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal Regional de Pernambuco, que julgou e deferiu o recurso movido pela Polícia Civil e Ministério Público do Estado, pedindo a prisão do suspeito. O primeiro pedido de prisão preventiva contra Alisson foi negado pela Polícia Civil em Petrolina.

Em julho deste ano, Alisson negou que tenha apagado as imagens do circuito de segurança. A repórter Marcela Maranhão conversou no fim da tarde com Lúcia Motta, mãe de Beatriz, que comentou o deferimento do mandado de prisão de Alisson Henrique. Confira na entrevista.

Ouça:

Ainda nesta quarta, familiares e amigos de Beatriz Motta realizam um protesto no Recife para lembrar os três anos do assassinato da menina, que segue sem nenhum esclarecimento.

Lúcia Motta diz que agora é o momento de cobrar mais investimento do Governo do Estado para solucionar o crime. "Agora nós vamos cobrar do governo, nada mais nada menos do que o mínimo de investimento necessário pra a resolução do caso Beatriz. Agora que foi dado um primeiro passo, é a ponta do novelo. Na verdade existe, sim, a possibilidade de um novo pedido de prisão e nós vamos lutar para que isso aconteça o mais rápido possível", comentou a mãe de Beatriz que, em entrevista exclusiva à Rádio Jornal na última semana, criticou o Governo de Pernambuco, dizendo que que os órgãos de segurança pública não estavam investindo "nenhum centavo no caso de Beatriz".

Ouça a entrevista:

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