JÚRI POPULAR

Canibais de Garanhuns: júri é formado por cinco homens e duas mulheres

Trio é acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação e vilipêndio de cadáver, estelionato e outros crimes. Julgamento dos Canibais de Garanhuns, que havia sido adiado em novembro deste ano, acontece no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano.

Maria Luiza Falcão
Maria Luiza Falcão
Publicado em 14/12/2018 às 10:23
Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem
FOTO: Hélia Scheppa/ Acervo JC Imagem

O segundo julgamento do trio conhecido como ‘Canibais de Garanhuns’ acontece nesta sexta-feira (14) na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Ilha de Joana Bezerra, área central do Recife. Eles já cumprem pena desde 2014 por outro homicídio com características semelhantes aos crimes pelos quais são julgados hoje.

Os réus Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna Cristina Oliveira da Silva são julgados por duplo homicídio triplamente qualificado, ocultação e vilipêndio de cadáver e por furto qualificado, além de serem acusados de comercializar partes da carne dos corpos. Bruna Cristina também será julgada pelo crime de falsa identidade, por ter se passado por uma das vítimas. Ela e Jorge também respondem por estelionato.

Os crimes aconteceram nos meses de fevereiro e março de 2012, no bairro de Jardim Petrópolis, em Garanhuns, Agreste de Pernambuco. Saiba mais na reportagem de Juliana Oliveira:

Logo no início da sessão, foram escolhidos os sete jurados para compor o Conselho de Sentença. Por sorteio, foram escolhidos cinco homens e duas mulheres, que não tiveram a identidade revelada. Para o julgamento, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou que o delegado Wesley Fernandes Oliveira, que investigou o caso em Garanhuns, seja ouvido.

Crimes

Segundo as investigações, as vítimas, Alexandra da Silva Falcão, 20 anos, e Gisele Helena da Silva, 31 anos, foram atraídas pelo grupo com promessas de emprego e de “ouvir a Palavra de Deus”. De acordo com o inquérito, Jorge matou as mulheres com facadas no pescoço e os corpos de ambas as vítimas foram esquartejados com participação das outras duas acusadas. O trio teria usado parte da carne das vítimas para comer e rechear empadas, que eram comercializadas em Garanhuns.

O três acusados respondem pelo crime de duplo homicídio triplamente qualificado, além de ocultação e vilipêndio de cadáver e furto qualificado, pois o grupo teria roubado os pertences das duas vítimas. Bruna Cristina de Oliveira também vai ser julgada pelo uso do RG de Jéssica Camila da Silva Pereira. A identidade pertencia a outra vítima do trio, que foi morta no ano de 2008 quando o grupo ainda morava no bairro de Rio Doce, Olinda, no Grande Recife. A filha desta vítima foi adotada pelo trio.

Em relação a este crime, os três acusados foram julgados e condenados em 2014 por homicídio quadruplamente qualificado, além de vilipêndio e ocultação de cadáver, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Olinda. Jorge Beltrão foi condenado a pena de 21 anos e 6 meses de reclusão, mais 1 ano e 6 meses de detenção. Isabel Cristina foi condenada a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção. Já Bruna Cristina, a 19 anos de reclusão e 1 ano de detenção.