Investigações

Adolescentes mentiram sobre estupro no Sítio da Trindade, diz Polícia

Durante as investigações, uma das adolescentes procurou a polícia para confessar que a história havia sido inventada

Júlio Cirne
Júlio Cirne
Publicado em 17/12/2018 às 15:52
Foto: Divulgação/PCPE
FOTO: Foto: Divulgação/PCPE

A Polícia Civil de Pernambuco divulgou na manhã desta segunda-feira (17) detalhes da investigação de um suposto estupro em que duas adolescentes, de 15 e 16 anos, seriam vítimas, no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, bairro da Zona Norte do Recife. De acordo com a delegada Thais Galba, a adolescente mais velha procurou a polícia para confessar que a história havia sido inventada.

Segundo a versão contada pelas adolescentes na época, o suposto crime teria acontecido no dia 20 de setembro. Na ocasião, um protesto de estudantes foi realizado para denunciar a insegurança no local em que as jovens disseram ter sido violentadas.

Thais Galba, que é titular da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Criança e Adolescente (DECCA), revelou na coletiva que, durante as investigações, as jovens deram vários depoimentos com versões completamente divergentes, fato que chamou a atenção da polícia: "Desde o momento em que nós conversamos com as vítimas, as informações tinham uma divergência absurda. Para nós, como investigadores, aquelas informações se tornaram completamente frágeis".

Segundo relata a delegada, após a divulgação do retrato falado do suspeito, as jovens foram à delegacia para fazer o reconhecimento de um homem que foi detido. No entanto, nenhuma das duas identificaram o homem como sendo um dos estupradores. "Nesse momento foio auge do desespero. Elas choraram compulsivamente a acabaram não reconhecendo o homem, que era muito parecido com o retrato falado", disse a delegada.

Confissão

Foi depois desse episódio que a adolescente mais velha procurou a delegada e confessou que a história foi inventada. "Em determinado dia, ela (a adolescente de 16 anos) nos procurou e disse que queria contar a verdade. Ela disse que não houve violência, que decidiu faltar aula como de costume e ir para o Sítio da Trindade. Lá, encontrou com alguns rapazes que decidiram 'ficar' com elas e elas aceitaram. Juntos, decidiram ir para a parte de trás do parque, onde praticaram atos libidinosos".

Denunciação caluniosa

A delegada acredita que, pelo fato de que uma das jovens não possui vida sexual ativa, elas decidiram inventar a história. "Como elas tivera atos libidinosos um pouco mais intensos, talvez lhe causaram desespero de ter perdido a virgindade", disse a Thais Galba. Ainda segundo ela, as jovens serão autuadas pelo ato infracional equiparado à denunciação caluniosa.