Reforma agrária é paralisada no País

A paralisação não tem prazo de término e atinge também cerca de 1,7 mil processos de identificação e delimitação de territórios quilombolas
Informações do JC online
Publicado em 08/01/2019 às 22:48
Especula-se que um dos motivos da paralisação é a transferência do Incra da Casa Civil para o Ministério da Agricultura, comandado por Tereza Cristina Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Agência Brasil


O instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) determinou aos seus servidores que todos os processos da reforma agrária no País sejam paralisados. A medida atinge cerca de 1,7 mil processos de identificação e delimitação de territórios quilombolas e não tem prazo de término.

Segundo Alexandre Conceição, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a estimativa é de que 365 processos no Incra sejam atingidos com a paralisação. “É um acirramento do conflito agrário no País", declarou. Para o MST, a medida "até pode ser considerada um ato inconstitucional" e ainda poderá agravar a tensão no campo e gerar prejuízos aos cofres públicos. O MST acredita que a medida pode agravar a tensão e gera prejuízos aos cofres públicos.

De acordo com o diretor de ordenamento da estrutura fundiária do Incra, Cletho Muniz, um dos motivos da paralisação é a vinculação do órgão ao Ministério da Agricultura, além das "diretrizes adotadas pelo novo governo, em especial no que se refere ao processo de regularização fundiária na Amazônia Legal", disse.

Ministério da Agricultura

O Incra estava na Casa Civil da Presidência desde 2016. No entanto, o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou um decreto e medida provisória que retirava o órgão da Casa Civil e transferia para o Ministério da Agricultura. No ministério, funcionará uma Secretaria de Política Agrária que será comandada pelo pecuarista e líder ruralista Nabhan Garcia, adversário do MST desde os anos 80

Governo Dilma

Segundo Alexandre Conceição, desde o governo da ex-presidente Dilma Roussef a reforma agrária estava em processo de paralisação. "Nos últimos quatro anos, desde o governo Dilma, a reforma agrária já vinha em um sistema de paralisia, e agora é um agravamento. Temos 120 mil famílias acampadas e elas não vão desistir da luta pela terra, sempre pela paz no campo, repudiamos a violência", declarou.

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