VIOLÊNCIA

Mulheres denunciam tortura em casa de acolhimento de pastor

As vítimas foram acorrentadas em um quarto escuro e passaram três dias sem alimentação e água

Fellipe Leandro
Fellipe Leandro
Publicado em 15/01/2019 às 0:39
Reprodução/Google Maps
FOTO: Reprodução/Google Maps

Treze pessoas, entre elas mulheres, crianças, adolescentes e adultas, denunciaram na Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, nesta segunda-feira (14) uma rotina de terror dentro de uma casa de acolhimento clandestina em Engenho Novo, na Zona Rural da cidade. Entre as vítimas, crianças, adolescentes e adultas foram acorrentadas dentro de um quarto escuro e passaram três dias sem água e alimentação.

Ouça os detalhes com Thiago Barreto

De acordo com o Presidente do Conselho e do Direito da Criança e do Adolescente do Cabo de Santo Agostinho, Carlos Antônio, para impor medo as vítimas em caso de desobediência, cobras seriam colocadas dentro da sala. A casa é administrada e custeada por um pastor da Igreja Ministério Pentecostal Encontro de Vasos identificado como Eder de Jesus, e existe há seis meses com o objetivo de tratar as pessoas viciadas em drogas, mas de maneira clandestina.

“ O cidadão que era responsável pelo local batia nelas com mangueiras, correntes, esfregava as calcinhas das vítimas na cara delas, faziam elas realizarem outras atividades como, capinar matos, cavar buracos. E elas afirmaram que eles tinham duas cobras e utilizavam como forma de tortura”, disse Carlos Antônio.

Ainda de acordo com Carlos Antônio, caso o crime seja provado, o pastor irá responder por cárcere privado e a casa poderá ser fechada já que o local não possui registro de funcionamento.

“ O pastor pode responder por cárcere privado, maus tratos e aí ele vai responder e comprovado alguma coisa a delegada pode pedir a prisão preventiva dele a depender do histórico dele”, afirmou.

As vítimas foram submetidas a exames traumatológicos e prestaram depoimento na Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. Após a oficialização da queixa, elas serão encaminhadas a uma casa de acolhimento regular. A delegada Natasha Dolci ficou responsável por investigar o caso.