Pina

MP pode pedir internação provisória de menino que confessou homicídios

Rotina do garoto de 12 anos, liberado pela polícia, não foi alterada; mãe se culpa pelo comportamento do filho

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 24/01/2019 às 7:54
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Desde que foi liberado pela polícia, na última terça-feira (22), após confessar dois assassinatos, nada mudou na vida do menino de 12 anos morador do Pina, Zona Sul do Recife.

O garoto é conhecido na comunidade do Bode por ser violento e estar envolvido no tráfico de drogas. Sem qualquer remorso, a criança confessou os crimes e ainda ameaçou de morte os profissionais da imprensa. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, o infrator precisou ser entregue aos responsáveis, que, no caso dele, é a mãe.

A juíza Ana Maria Borba, da Vara da Infância e da Juventude, explica que o menino de 12 anos pode ter a liberdade cerceada, com uma internação provisória de 45 dias enquanto o processo ocorre.

"O Ministério Público vai analisar qual foi o ato infracional praticado por esse adolescente e vai fazer uma peça chamada representação. Nós da Justiça recebemos essa peça e, dependendo da análise do ato infracional praticado, se for uma coisa de muita gravidade, o MP vai pedir a internação provisória desse adolescente. O juiz ou a juíza que pegar o processo vai analisar se é cabível a internação provisória, é feito uma audiência e, se o caso é de muita gravidade, é decretada a internação provisória", afirmou.

"Frieza"

O delegado responsável pelo caso, Alaumo Lima, diz que ficou surpreso com a frieza do garoto de 12 anos. "Quando eu perguntei ao infante 'você sente alguma coisa quando dispara quando mata alguém?', ele disse 'não, não sinto nada, fico tranquilo'. Agora, o que mais me marcou foi o que a mãe dele reportou, ela disse que tudo se deu pelo fato da vulnerabilidade dele, por ter um pai alcoólatra e não ter uma família estruturada para dar uma assistência cabal a ele", afirmou.

A dona de casa, que é evangélica, reconhece que perdeu o controle do filho, mas acredita que é possível dar rumo ao garoto. "Eu sou a culpada de tudo isso aí. Vou dar conselho a ele, tentar tirar ele daqui."