JUSTIÇA

Médico acusado de estuprar pacientes na UPA da Imbiribeira é condenado

O médico Kid Nélio Souza Melo, de 36 anos, é acusado de ter estuprado, pelo menos, 12 pacientes

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 05/02/2019 às 14:26
Reprodução/ Polícia Civil
FOTO: Reprodução/ Polícia Civil

O médico Kid Nélio Souza Melo, de 36 anos, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco pelo estupro de, pelo menos, doze pacientes em unidades de saúde do Recife. Ele foi sentenciado a 12 anos e 10 meses de prisão em regime fechado pelos casos de duas vítimas do traumatologista. A sentença, proferida pela 17ª Vara Criminal do Recife, no dia 30 de janeiro, foi divulgada nesta terça-feira (5).

Kid Nélio Souza Melo teve a prisão preventiva decretada em março de 2018 e, desde então, está recolhido no Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Ele foi condenado em primeira instância e pode recorrer da sentença, segundo o TJPE. O caso corre em segredo de Justiça e, por isso, não foram repassados mais detalhes sobre o julgamento.

Denúncias

A maioria dos casos aconteceu no consultório da UPA da Imbiribeira, na Zona Sul da capital pernambucana. A primeira denúncia foi de uma jovem de 18 anos, que procurou a unidade de saúde. O registro foi feito no dia 21 de fevereiro. A tia da vítima, que não quis se identificar, conta como a sobrinha reagiu após ter sido molestada. “Ela disse que ficou travada, não teve coragem para nada. Ele fez o ato com ela e, como se não tivesse acontecido nada, pegou um lençol, enxugou ela, mandou ela vestir a roupa, tomar medicamento”, disse.

Quem também procurou a polícia, um dia depois, foi uma universitária de 23 anos. Segundo a mulher, que também não quis se identificar, ela foi à UPA da Imbiribeira no dia 15 de fevereiro por causa de um machucado no dedo. Ela detalha a cena constrangedora que passou no consultório. “Ele já começou a alisar meu dedo, ficava massageando e com uns olhares insinuativos. Ele se encostou muito em mim, aí ficou falando perto do meu ouvido e encostou o pênis dele na minha mão e encostou. Aí nessa hora eu dei uma cotovelada nele”, detalhou.

No dia 26 de fevereiro, outra mulher de aproximadamente 30 anos procurou a delegacia. Em conversa com os jornalistas, ela disse que teria sido violentada pelo médico em maio do ano passado e que procurou à Polícia Civil depois de ser aconselhada pela irmã.

Dois dias depois, mais uma mulher prestou queixa contra o médico. Segundo a vítima, o crime aconteceu no dia 29 de novembro de 2017. Ela reclamava de dor no tornozelo e disse que o ortopedista pediu que ela ficasse de costas e a segurou pelo seio e apalpou as nádegas dela. Também foram notificados abusos de outras vítimas em uma clínica particular.