TENSÃO

Cientista político avalia risco de Venezuela atacar o Brasil após fechar fronteira

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira com o Brasil na noite desta quinta-feira (21)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 22/02/2019 às 11:35
Reprodução/ Agência Brasil
FOTO: Reprodução/ Agência Brasil

Os Estado Unidos estão pressionando o Brasil para garantir a segurança na entrega de ajuda humanitária aos venezuelanos neste sábado (23). A escalada da tensão com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que acusa os americanos como desculpa para tramar um golpe de Estado, aumentou nesta quinta-feira (22), após o fechamento da fronteira com o Brasil.

O cientista político Thales Castro falou sobre a situação e, em sua avaliação, a melhor maneira para realizar a ajuda humanitária seria pela Colômbia pela cidade de Cúcuta.

Segundo Castro, a postura do Brasil diante da Venezuela pode inflamar ainda mais a situação. “Eu acho que com o fechamento da fronteira cessou o diálogo. Sobretudo porque o Brasil, no dia 23 de janeiro, passou a reconhecer o Guiadó como presidente legítimo da Venezuela. Não se tem diálogo no campo político-diplomático e agora não se tem mais diálogo nem no campo social e humanitário”, apontou. “Essa é uma ação danosa à população venezuelana, ela é dantesca e traz muitos prejuízos”, lamentou o cientista.

Roraima é um dos poucos estados na Federação Brasileira que não partilha da malha de transmissão elétrica. “Roraima tem muita dependência energética da Venezuela. Se, por ventura, os efeitos de médio e longo prazo desse fechamento de fronteira por parte da Venezuela, o que pode acontecer é a possibilidade de racionamento de energia”, lembrou o cientista político.

Possibilidade de ataque

Sobre a possibilidade de um ataque ao País, o cientista político opina. "Eu acho que a Venezuela não tem iniciativa de violação da integridade territorial brasileira, porque isso seria uma ação unilateral, absolutamente imperdoável de uma decretação de estado de beligerância. Acho que do lado venezuelano isso não se cogita agir. Por outro lado, a gente não pode esquecer que o fechamento de fronteira representa uma situação muito delicada", lembrou. "Ambos os lados estão numa situação de observação cautelosa. Qualquer tipo de falha de comunicação ou de ação não pensada pode gerar uma situação muito delicada pra ambos", alertou.

O presidente Jair Bolsonaro designou o vice-presidente Hamilton Mourão para tratar a situação com a Venezuela.

Confira os detalhes na entrevista completa: