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Presidente do Flamengo diz que quer negociar em separado com famílias

Incêndio aconteceu no Ninho do Urubu, Centro do Treinamento do Clube de Regatas do Flamengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro

Agência Brasil
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Publicado em 24/02/2019 às 19:00
AFP
FOTO: AFP

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, permanece no esforço de resolver a questão das indenizações com as famílias dos dez atletas de base mortos em incêndio no Ninho do Urubu, no dia 8 de fevereiro, e dos três acidentados. Ele informou hoje (24), em coletiva na sede do clube, na Gávea, que todas as famílias estão recebendo R$ 5 mil por mês do clube.

Os atletas tinham seguro de vida estabelecido na Lei Pelé. Rodolfo Landim assegurou, porém, que a indenização vai ser mais significativa quando as conversações chegarem a bom termo, o que ele espera ocorra em até dois meses. Em três ocasiões, as famílias estiveram no clube, levadas pela diretoria.

Landim tranquilizou a sociedade, os sócios e a torcida do clube, no sentido de que tudo está sendo feito em relação às famílias, mas negou que os valores veiculados pela mídia sejam corretos, uma vez que o clube pretende negociar individualmente com cada família, de acordo com os seus interesses e necessidades. “O que estamos nos propondo fazer aqui é sem precedentes no Brasil”, disse.

Sigilo

O advogado Álvaro Piquet, contratado pelo Flamengo para representá-lo na questão das indenizações, esclareceu que os valores que têm saído na imprensa não são realidade. Eles não são revelados por uma questão de sigilo e de segurança das famílias que, desde o início, o clube vem procurando preservar. Piquet deixou claro, entretanto, que as indenizações que estão sendo negociadas são em valores muito superiores. “Nós estamos aqui para conversar com eles”, disse, referindo-se às famílias.

Na última sexta-feira (22), uma das famílias esteve no clube conversando sobre a questão da indenização e já existem outros encontros agendados para esta semana. O advogado explicou que os valores poderão ser diferenciados, porque uma família pode querer, por exemplo, que o Flamengo custeie os estudos do irmão de um jogador, enquanto outras podem pedir outras coisas, como uma casa própria.

O clube vai se basear na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em acidentes ocorridos no Brasil, disse Landim, sem revelar qual seria esse parâmetro específico. “O clube está disposto a pagar o dobro (dessa jurisprudência)”, reiterou o advogado.

Centro de Treinamento

Rodolfo Landim informou que a tragédia preocupa o clube com relação ao projeto de vida de uma série de outros garotos que alimentam o sonho de jogar no clube. Por causa do acidente, o Flamengo suspendeu a permanência de outros atletas no Centro de Treinamento, em Vargem Grande. Também os jogadores profissionais não estão dormindo no local. A concentração atualmente é em hotéis.

O presidente do Flamengo reconheceu que é um direito das famílias contratarem advogados para representá-las nesse processo indenizatório. Reforçou, no entanto, que o clube continua empenhado em solucionar o caso o mais rápido possível, com a mediação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A apenas um mês na presidência do Flamengo e em sua primeira coletiva após a tragédia do Ninho do Urubu, Rodolfo Landim disse que não tinha conhecimento de 31 multas relativas a licenciamentos para o funcionamento do local. Desse total, ele identificou 23 multas, das quais disse que 12 foram recebidas pelo clube após a acidente.