AGULHADAS

Vítimas das “agulhadas” no carnaval continuam procurando hospital

Subiu para 100 o número de pessoas que alegam ter sido vítimas das agulhadas

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 07/03/2019 às 9:51
Foto: Reprodução / Governo do Estado de Pernambuco
FOTO: Foto: Reprodução / Governo do Estado de Pernambuco

Vítimas das “agulhadas” durante o Carnaval continuam procurando o Hospital Correia Picanço, na Tamarineira Zona Norte do Recife. O hospital é referência em doenças infectocontagiosas. Até a manhã desta quinta-feira (7), foram registradas 100 pessoas vítimas das agulhadas.

O podador de árvore Ednaldo Manoel procurou atendimento hoje pela primeira vez. Ele conta que foi atingido no braço direito na terça-feira (5), no Marco Zero do Recife. “Eu simplesmente estava no meio da folia e senti uma furada no meu braço, mas não deu para perceber quem foi. Eu pensei que tivesse sido alguém com anel ou um brinco”, contou Ednaldo.

O podador, que mora em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, tentou receber atendimento ontem (6) na unidade, mas como tinha muita gente voltou para casa e retornou ao hospital nesta manhã (7).

O diretor do hospital, Thiago Ferraz, tenta acalmar as possíveis vítimas. Segundo ele a probabilidade da transmissão do vírus da Aids pela agulha, é muito pequena. "Para a transmissão ser por material perfuro cortante depende muito do material, qual era o fluído corporal que estava nesse material, a quanto tempo estava esse fluído, já que o vírus HIV não sobrevive muito tempo fora do corpo. E a probabilidade de transmissão perfuro cortante do vírus é menor que 0,5%. E com a realização da profilaxia a gente consegue garantir a proteção a pessoa se realizada adequadamente", finalizou.

Depois de tomar a medicação, as pessoas que se submeteram ao tratamento devem retornar ao Hospital Correia Picanço para concluir o processo. A Polícia Civil já instaurou um inquérito policial para apurar o suposto crime de expor a risco a vida de outros por transmissão de doenças graves. A pena é de reclusão em regime fechado de até quatro anos.

A Polícia Civil vai entrar em contato com o Hospital Correia Picanço para identificar as vítimas para que elas prestem depoimento. A polícia recomenda que as pessoas comecem a procurar voluntariamente as delegacias e que elas registrem um Boletim de Ocorrência.