Morte de mulheres

Em janeiro de 2019, Brasil teve média de seis feminicídios por dia

Levantamento divulgado nesta sexta (8) mostra que País contabilizou 179 mulheres no mês que foram vítimas de feminicídio ou tentativa de feminicídio

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 08/03/2019 às 9:54
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FOTO: Reprodução Internet

Em entrevista ao programa Passando a Limpo especial do Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8), a diretora de Programas do Instituto Igarapé, Melina Risso, comentou sobre a violência contra mulher e os números de mortes de mulheres no Brasil.

“É muito chocante o resultado da pesquisa da Folha de São Paulo que a gente entende o volume da violência doméstica e da violência contra a mulher”, afirmou Melina.

O levantamento ao qual ela se refere, foi feito pela Folha para marcar o Dia Internacional da Mulher e mostra 179 mulheres, em janeiro deste ano, foram vítimas de feminicídio ou sobreviveram a uma tentativa de feminicídio noticiados no País. É uma média de seis crimes por dia. Desse número, 71% dessas mulheres, as que morreram e as que sobreviveram, foram atacadas pelo atual ou ex-companheiro. De cada quatro suspeitos, um tinha histórico de violência ou antecedentes criminais.

Melina acredita que esse tipo de crime faz parte da cultura machista impregnada na sociedade. “Sem dúvida a gente deve mudar uma primeira estrutura. A mulher não é posse de uma pessoa”, diz. Para ela, o decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibiliza a posse de armas de fogo no Brasil pode contribuir para os casos de feminicídio. “Quando a gente fala de armas de fogo, isso aumenta a letalidade. A mudança do decreto facilita, e essa é uma preocupação pra essa situação de violência que é feita pelo parceiro. Uma arma de fogo nesse contexto piora e, muito, a violência”, explica.

A diretora do Programa do Instituto Igarapé complementa que o poder público precisa fiscalizar e apreender armas de homens que têm histórico de violência. “Pensando a legislação de armas, quando a pessoa diz que precisa, é preciso olhar esse histórico. Se o homem tiver arma, que ele perca o registro. A questão da arma tem que ser observada e tem que ser tirada em caso de violência doméstica”, fala.

Ouça a entrevista com Melina Risso na íntegra abaixo: