VIOLêNCIA

Estatísticas alarmantes comprovam realidade cruel sobre violência contra mulher

Os últimos dias foram de vários casos de agressões, assassinatos e estupros contra as mulheres

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 08/03/2019 às 15:06
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Nesta sexta-feira, dia 8 de março, é uma data comemorativa do Dia Internacional da Mulher. Contudo, não há o que comemorar porque nos últimos dias vários casos de agressões, assassinatos e estupros foram registrados.

Nesta quinta-feira, uma mulher foi encontrada morta em casa pelo seu filho, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). O principal suspeito de matar Eudina de Oliveira Sobral, de 77 anos, é o companheiro da vítima há 18 anos, Pedro Luís da Silva.

Um homem de 44 anos, foi preso nesta quinta-feira (7), suspeito de estuprar a sogra, uma idosa de 101 anos, em Pombos, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Na última quarta-feira (6), um homem de 20 anos foi preso após ameaçar a ex-mulher e a atual esposa no Bairro do Salgado, em Caruaru, Agreste de Pernambuco.

Em Petrolina, no Sertão do Estado, um homem foi preso esta semana pela Guarda Civil Municipal por agredir a companheira com um capacete e ameaça-la de morte.

Cenário Nacional

Infelizmente, o cenário nacional não é diferente do cenário local.

De acordo com o levantamento da Folha de São Paulo, realizado para marcar o Dia Internacional da Mulher, em janeiro deste ano, 179 mulheres foram vítimas de feminicídio ou sobreviveram a uma tentativa de feminicídio noticiados no país. O que significa que ocorreram seis crimes por dia. Desse número, 71% dessas mulheres foram atacadas pelo atual ou ex-companheiro.

Para Adriana Duarte, socióloga, terapeuta e coordenadora da ONG Coletivo Mulher Vida, organização que atua, desde 1991, no enfrentamento às violências domésticas, justamente por conta dos números alarmantes, toda a divulgação das formas de violência contra a mulher é importante neste 8 de março. “Primeiro, a cima de tudo, compreender que isso é um crime e precisa interromper o ciclo da violência”, afirmou.

Segundo Adriana, é preciso preparar todo o sistema para receber mulheres vítimas de violência. “O aporte e a compreensão de um profissional está em um gargalo assim coma vários outros profissionais do serviço público, é necessário acima de tudo lhe dar com a cultura e se houver a cultura machista desconstruir essa cultura para que esse profissional possa atender não só o médico como um policial”, finalizou

O Dia Internacional da Mulher no Recife será marcado pelo ato “Marielles: Livres do machismo, do racismo e pela Previdência Pública”, na praça do Derby, Área Central do Recife, às 14h.