RIO DE JANEIRO

Polícia indicia segurança que matou jovem sufocado em supermercado

Pedro Gozanga foi sufocado pelo segurança Davi Ricardo Moreira Amância no Supermercado Extra, no Rio de Janeiro

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 15/03/2019 às 12:45
Fernando Frazão/Agência Brasil
FOTO: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro indiciou, por homicídio com dolo eventual, o segurança Davi Amâncio, acusado de matar um jovem por sufocamento, no dia 15 de fevereiro, em um supermercado da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. Agora, o inquérito será encaminhado à Justiça.

O jovem Pedro Henrique Gonzaga foi morto dentro do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, depois que Davi Amâncio o imobilizou com um mata-leão (golpe em que a pessoa sufoca a outra com uma chave de braço) e ficou sobre a vítima durante algum tempo.

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O segurança alegou que Pedro tentou roubar sua arma e que aplicou o golpe para se defender. Mas, para a polícia, a vítima não oferecia mais risco à integridade do segurança quando ele imobilizou o jovem.

Relembre o caso

Um jovem, de 19 anos, identificado como Pedro Gonzaga, foi morto durante a abordagem de um segurança, em uma unidade do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, o rapaz foi imobilizado e acabou sofrendo uma parada cardíaca no momento da ação.

O caso ocorreu na tarde de ontem (14). Segundo a assessoria de imprensa da rede de supermercados, o incidente teria começado após o jovem ter supostamente tentado roubar a arma de um dos seguranças do supermercado.

O vigilante reagiu e imobilizou o jovem com um mata-leão, golpe de artes marciais em que uma pessoa sufoca a outra usando os braços para pressionar o pescoço. Em vídeos divulgados na internet, é possível ver o segurança com o golpe encaixado e deitado por cima do rapaz, que está imóvel no chão, aparentando estar inconsciente.

Nos vídeos, aparecem vozes aparentemente dos clientes advertindo o vigilante de que ele sufocaria o jovem, já desmaiado. Porém, visivelmente nervoso, o segurança manda que as pessoas fiquem caladas.

Parentes do jovem morto afirmam que ele era doente mental e dependente químico. A família negociava tratamento médico para rapaz. Em depoimento à polícia, a mãe contou que estava no caixa quando começou a confusão.