VENEZUELA

Guaidó não descarta que assembleia aprove ação militar na Venezuela

Presidente autoproclamado deu entrevista a jornal americano

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 05/05/2019 às 14:10
AFP
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O presidente interino da Venezuela designado pelo parlamento, Juan Guaidó, afirmou que a Assembleia Nacional do país “provavelmente” estudaria a possibilidade de uma intervenção militar norte-americana em seu país e que, “em caso de necessidade”, chegaria a aprová-la.

“Querido amigo, embaixador John Bolton, obrigado por toda a ajuda que tem prestado a essa justa causa. Obrigado pela opção. Vamos avaliá-la e provavelmente a assembleia a tenha em conta para resolver essa crise. Em caso de necessidade, talvez a aprovemos”, respondeu o líder oposicionista ao ser perguntado pelo jornal The Washington Post se aceitaria uma intervenção militar norte-americana na Venezuela.

O presidente da Assembleia Nacional, sob controle da oposição antichavista, afirmou que essa seria sua resposta se Bolton, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca e uma das vozes mais duras com o governo de Nicolás Maduro, pusesse a sua disposição tropas norte-americanas.

Embora os Estados Unidos sejam favoráveis a dar espaço a uma possível transição pacífica, o chefe interino do Pentágono, Patrick Shanahan, assegurou na última sexta-feira (3), depois de reunir-se com Bolton, que “todas as opções estão sobre a mesa”.

Durante a entrevista, Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, qualificou de “grande notícia” o fato de que o Departamento de Defesa norte-americano analise todas as possibilidades e não descarte nenhum cenário.

“É uma grande notícia para a Venezuela porque nós estamos avaliando todas as opções. É bom saber que aliados importantes, como os Estados Unidos, estão analisando também todas as opções. Isso nos dá a possibilidade de saber que, se precisarmos de cooperação, podemos ter”, indicou.

O político, de 35 anos, encabeçou na última terça-feira (30), um levante em Caracas que perdeu força com o passar dos dias. “Talvez porque ainda precisemos de mais soldados e de mais funcionários do regime que desejem apoiar [o levante], que respaldem a Constituição. Creio que as variáveis são óbvias chegadas a esse ponto”, concluiu.