SAÚDE

Vício em videogame pode ser comparado ao vício em cocaína

O vício provoca comportamentos alarmantes nos mais jovens

Pedro Guilhermino Alves Neto
Pedro Guilhermino Alves Neto
Publicado em 29/05/2019 às 14:59
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FOTO: Reprodução/Internet

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu no ano passado que a prática de jogar videogame de forma excessiva é um vício. O distúrbio, inclusive, é comparado pela OMS ao vício em substâncias, como cocaína. Na psicologia, o vício recebe a denominação de nomofobia, que é a fobia de ficar offline, ou seja, a pessoa não consegue ficar desconectada.

De acordo com a psicóloga Giedra Holanda, especialista em crianças e adolescentes, a nomofobia provoca comportamentos alarmantes nos mais jovens. “As crianças ficam em um nível de agitação, ficando super alertas e isso faz com que a adrenalina suba, como outras substâncias neuronais fazendo com que eles fiquem como se estivesse consumido substâncias inapropriada”, afirmou.

Muitos dessas pessoas que já estão em um nível considerado viciados em jogos eletrônicos passam várias horas na frente do computador ou da TV, apenas jogando, sem mesmo se levantar para ir ao banheiro e ter aquele tempo de sono necessário

Uma grande febre entre os fãs de videogame são os chamados E-Sports, ou simplesmente, Esportes Eletrônicos. Um mercado que ganhou destaque com campeonatos em todo o mundo. Os atletas do esporte virtual costumam treinar 7 horas ou mais, por dia.

Uma rotina perigosa, visto que alguns jogadores costumam usar substâncias para suportar muito tempo acordado, como explica a psicóloga. “É comum entre essas pessoas que são viciadas em jogo usarem algum tipo de medicação”, disse a psicóloga.

Para os pais de crianças e adolescentes, a principal dica é ficar alerta ao tempo que os filhos passam na frente de jogos e redes sociais. Para os mais adultos, é preciso admitir o vício e procurar tratamento, como afirma Giedra Holanda. “Primeiro ela tem que identificar que está com o problema, porque se a pessoa não reconhecer que está com o problema ela não vai buscar ajuda, mas quando tem a consciência da fase que está passando, a psicologia pode ajudar”, completou.

Confira os detalhes na matéria de Thiago Barreto:

De acordo com a OMS, para o transtorno de videogame ser diagnosticado, o padrão de comportamento deve ser considerado grave quando resultar em prejuízo significativo nas áreas pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou outras áreas importantes, sendo evidente por pelo menos 12 meses.