Procuradoria-geral

Procurador critica chance de Dodge de reassumir PGR fora de lista

José Robalinho Cavalcanti criticou possibilidade de Raquel Dodge ser reconduzida a novo mandado de procuradora-geral da República mesmo sem ser candidata à lista tríplice

Priscila Miranda
Priscila Miranda
Publicado em 30/05/2019 às 11:03
Agência CNJ
FOTO: Agência CNJ

Em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal desta quinta-feira (30), o ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, falou sobre a eleição da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República. Robalinho que é candidato ao cargo, falou da importância do processo.

"Nós, dos 10 candidatos que se apresentaram para a lista, com experiências diferentes. Nós estamos disputando perante a opinião pública, isso é uma coisa muito importante. O procurador-geral que foi escolhido pela lista é conhecido de vocês todos. Nós temos um debate no Recife amanhã, público, transmitido pela internet. Para todos acompanharem, questionarem os candidatos quem são, conhecerem a sua história. Isso tudo é fundamental para que você tenha num cargo uma pessoa que passou por todo esse crivo", afirmou.

O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, acaba em setembro. Ela foi indicada para o cargo em 2017 pelo então presidente Michel Temer. Raquel Dodge poderá ser reconduzida para um novo mandato de dois anos na PGR mesmo sem ter se candidatado à lista tríplice. Robalinho, entretanto, critica a possibilidade.

"Qualquer escolha fora da lista tríplice será um retrocesso para o País. Ela foi instituída em 2001 e, a partir de 2003, ela passou a ser respeitada por sucessivos presidentes da República e é reconhecido pelo País como um ganho em termos de independência do procurador-geral, de liderança e de capacidade técnica que é apresentada ao presidente da República para a escolha. Então, um retrocesso será sempre muito ruim."

Após as eleições internas, em junho, os três nomes mais votados serão levados ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), a quem a constituição dá a prerrogativa de indicar o ocupante da cadeira. Cabe ao presidente da República escolher, a cada dois anos, o procurador-geral. Ele não é obrigado a indicar um nome da lista tríplice o que dá a possibilidade de Raquel Dodge ser reconduzida ao cargo.

A lista tríplice é tradicionalmente promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República desde 2001 e já se tornou um costume constitucional. A eleição para será realizada em todas as unidades do MPF de todo o Brasil, em 18 de junho, das 10h às 18h30.

Além de José Robalinho, mais nove pessoas concorrem ao cargo. Nesta sexta-feira (31), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) promoverá o segundo debate entre os candidatos à lista tríplice para procurador(a)-geral da república. O evento ocorrerá no auditório da Procuradoria Regional da República da 5ª Região (PRR-5), na Av. Frei Matias Teves, número 65, Ilha do leite, às 15h.

Confira a entrevista com José Robalinho na íntegra: