POLÍTICA INTERNACIONAL

Embaixador dos EUA: Humberto critica indicação de Eduardo Bolsonaro

“O grande problema com Eduardo Bolsonaro é que ele não tem nenhuma experiência nessa área", disparou Humberto Costa

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 26/07/2019 às 17:16
Igo Bione/JC Imagem
FOTO: Igo Bione/JC Imagem

O presidente Jair Bolsonaro indicou oficialmente, nesta sexta-feira (26), o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. O nome foi submetido ao governo americano para depois passar pela aprovação do Senado.

A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O líder do PT, senador Humberto Costa, acredita que não haverá dificuldades para barrar a indicação no Senado. “Eu até diria que esse aspecto do nepotismo não é o mais importante. Há um longo tempo há uma tradição entre os presidentes de priorizar os quadros do Itamaraty e quando não fizesse isso indicar pessoas que tivessem o conhecimento sobre política internacional, que tivessem uma vivência na questão de relações exteriores”, disse.

“Eu preferiria que o presidente da República tivesse bom senso e fizesse uma outra indicação. O que não falta no Brasil são bons diplomatas, pessoas preparadas para exercerem uma função como essa”, ponderou o petista.

Confira a entrevista completa:

Eduardo Bolsonaro (PSL)
Eduardo Bolsonaro (PSL)
Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

O senador apontou a inexperiência em política internacional do filho do presidente Jair Bolsonaro. “O grande problema com Eduardo Bolsonaro é que ele não tem nenhuma experiência nessa área, não tem nenhuma formação em política internacional. A única experiência que ele tem é estar sendo agora presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é uma pessoa que tem posições muito controversas com relação a própria migração de brasileiros para os Estados Unidos”, destacou.

Motivos são "muito negativos"

Humberto Costa ainda criticou os argumentos que o presidente utilizou para indicação. “Sinceramente, são muito negativos. Dizer que se tiver de beneficiar o filho, vai beneficiar, se tiver de dar ‘filé mignon’ vai dar para um filho dele. Não é por aí. Eu acho que isso diminui o Brasil dentro do contexto internacional, onde o nosso país tem uma diplomacia respeitada no mundo inteiro”, comentou.