HOLIDAY

Holiday: bens que não foram retirados de depósito podem ser doados

Defesa Civil vai informar a Justiça a respeito dos bens que ainda estão no depósito

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 20/08/2019 às 14:17
Felipe Ribeiro/ JC Imagem
FOTO: Felipe Ribeiro/ JC Imagem

Já se passaram 120 dias desde a saída das famílias do Edifício Holiday, com a retirada dos materiais e objetos. Nesse período, a Defesa Civil conseguiu contato com apenas 30 famílias. Dessas, apenas 11 pessoas procuraram o órgão para obter de volta os objetos. Outros disseram que os materiais poderiam ser doados. Os moradores do prédio localizado no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, tiveram até esta segunda-feira (19) para fazer a retirada dos bens.

Após o prazo, o coronel da Defesa Civil do Recife, Cássio Sinomar, analisa, nesta terça-feira (20), o fim do prazo para aqueles que não tentaram recuperar seus pertences. "A partir de agora vamos entrar em contato com a Justiça e informar os materiais que ainda existem lá e a quais apartamentos eles pertencem. Daí vamos discutir e encontrar a melhor solução para esses materiais. Ao invés de se acabarem lá no depósito, vamos encontrar a melhor solução para que eles sejam doados à uma instituição de caridade", disse.

Segundo o coronel, a intenção da Defesa Civil é ajudar à população. "O objetivo maior é que essas pessoas não percam ainda mais. A gente tem todo o interesse em ajudá-los, desde a necessidade de transporte até na ajuda de encontrar um local para que esses materiais fiquem. Mas isso depende de um acordo com eles. Garanto que nenhum material vai ser jogado no meio da rua", concluiu.

Relembre o caso

No dia 23 de março, o Edifício Holiday foi completamente desocupado. Com o edifício completamente desocupado, a Prefeitura do Recife e a coordenação da operação fizeram o restante da remoção dos pertences que permaneceram nos apartamentos.

O Holiday é um prédio da década de 1950, e foi construído em meio a alta especulação imobiliária da Praia de Boa Viagem, na época. O tempo se passou e o prédio começou a ser ocupado.

Nos 17 andares, moravam cerca de 3 mil pessoas, nos 476 apartamentos que o Holiday tem. O grande problema é que o Holiday não vinha recebendo a assistência necessária. Por conta disso, a parte estrutural e as fiações elétricas do edifício foram se degradando. E esse foi o grande motivo para que na semana passada, a justiça determinasse a desocupação dos moradores do Holiday.

A medida de desocupação e interdição do Holiday foi tomada na terça-feira (12) em sentença dada pelo juiz Gomes da Rocha Neto, da 7ª vara da Fazenda Pública da Capital. A decisão saiu após requerimento feito pela Prefeitura do Recife, onde foi identificado que o prédio apresenta problemas estruturais e risco de incêndio, devido às precárias condições da rede elétrica do local.