MEMÓRIA

Vinte anos da morte de Dom Hélder Câmara

Dom Hélder Câmara tinha o poder da palavra, capaz de reunir multidões

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 27/08/2019 às 17:54
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

“Quero uma igreja pobre para os pobres”. A frase dita por Dom Helder Câmara reflete tudo o que o religioso sempre pregou. Uma vida inteira dedicada à fé, à luta pela justiça social e ao amor ao próximo. Para alguns, um intelectual. Para outros, um ícone da luta em favor dos pobres no Brasil.

Ele nasceu no ano de 1909, na cidade de Fortaleza, no Ceará. Filho de pai jornalista e mãe professora, Dom Hélder entrou no seminário aos 14 anos de idade. Aos 22, se tornou padre. Morou no Rio de Janeiro e no Maranhão, até chegar em Pernambuco.

Em 1985 foi ordenado arcebispo de Olinda e Recife. Criou a Comissão de Justiça e Paz e também o Instituto de Teologia da cidade. O espaço formou muitos religiosos na época, jovens que tinham como referência um homem franzino e de voz doce. Um homem que tinha o poder da palavra, capaz de reunir multidões.

Saudade de quem conviveu

Um desses jovens, na época, foi Monsenhor Albérico. Ele recorda com admiração o tempo que conviveu com Dom Helder. "Dom Helder realmente sabia ser pastor, sabia trazer para junto de si o rebanho", lembrou.

Amigo pessoal do religioso e um dos fundadores do instituto Dom Hélder Câmara, Luis Tenderini, comenta a paixão de Dom Helder pelo ofício da celebração da missa. "Várias vezes eu pude ver e sentir como a celebração da missa criava nele quase que em êxtase, ficava fora de si algumas vezes", contou

Os detalhes na reportagem de Beatriz Albuquerque;

Morte

Dom Hélder viveu os últimos anos de vida na casa em que morava, atrás da Igreja das Fronteiras, no Recife. Foi lá que ele morreu, no dia 27 de agosto de 1999, enquanto dormia. Segundo os médicos, Dom Hélder sofreu uma parada respiratória. Ele foi sepultado na catedral da Sé, em Olinda, onde até hoje recebe homenagens.