Sobre a obra de Nelson Rodrigues, paira um consenso, o de que o seu teatro trata da vida como ela é, de forma nua e crua, sem maquiagem ou disfarces. No entanto, muitas pessoas não costumam ver a vida desse modo.
Para isso, embalam a vida com as suas fantasias e seus sonhos. Talvez como uma forma de suportar o que há de frustrante ou decepcionante na vida cotidiana. A violência, o desemprego, a falta de leito nos hospitais, os amores negados, os sonhos partidos, as relações desfeitas, etc.
É sobre as tensões ou os entrechoques que vivemos, entre ter que encarar a vida como ela, ou elaborar pontos de fuga para enfrentá-la, na forma de sonhos, fantasias ou devaneios, que o psicólogo Sylvio Ferreira abordou na coluna Psicologia em Movimento.