NOVO MODELO

Presidente do movimento Todos pela Educação comenta projeto de escolas cívico-militar

Priscila Cruz afirma que faltam evidências para a comprovação da eficácia do modelo de escolas cívico-militar

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 03/10/2019 às 17:42
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A presidente do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, afirmou que o projeto de escolas cívico-militar é encarado como mágica pelo governo federal. Em entrevista nesta quinta-feira (3) à Rádio Jornal, a educadora também falou sobre a não adesão dos estados do Nordeste à proposta e disse não enxergar motivação política para a decisão.

O projeto de escolas cívico-militar proposto pelo governo federal propõe uma gestão compartilhada entre educadores e militares.

A professora Priscila Cruz também afirmou que faltam evidências para a comprovação da eficácia do modelo. “Eles simplesmente partem de uma premissa que colocar três militares ali na escola você vai ter um resultado melhor. Me parece um pensamento meio mágico sem nenhuma aderência à realidade de fato das escolas públicas brasileiras. O governo federal está assumindo um caminho que não tem a menor evidência de resultado”, apontou.

No Nordeste, apenas o estado do Ceará aceitou a proposta. Sobre o assunto, a professora Priscila Cruz disse que não enxerga motivação política na opção, além de ressaltar o modelo educacional da regional. “Quando um estado do Nordeste não adere a esse programa, eu acho que tem um primeiro componente é porque esses estados já estão empenhados em seguir uma trilha de políticas públicas educacionais que não tem nada a ver com a militarização das escolas”, comentou.

Segundo a especialista, a região é destaque em soluções para melhorar a educação. “Os brasileiros em geral não têm uma visão de que do Nordeste sairão resultados ou experiências exitosas e, em educação, especificamente, as grandes soluções que têm dado resultado em larga escala têm saído do Nordeste”, comentou.

Balanço do MEC

De acordo com o balanço divulgado na terça-feira (1º), pelo Ministério da Educação, 15 estados aderiram ao modelo cívico-militar para escolas.

Em um próximo passo, a partir de sexta-feira (4), o governo vai disponibilizar um novo período de adesão, desta vez voltado para os municípios. Neste período, estados não podem mais participar. As prefeituras interessadas vão poder solicitar participação até 11 de outubro.