Poluição

Pescadores temem chegada de manchas de óleo ao Grande Recife

As manchas de óleo reapareceram de forma mais intensa no litoral nordestino na manhã desta sexta-feira (18)

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 18/10/2019 às 14:32
Bruno Campos/JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/JC Imagem

Em uma colônia de pescadoras da comunidade Brasília Teimosa, no Pina, Zona Sul do Recife, os pescadores estão preocupados com a intensidade do aparecimento de manchas de óleo. Até o momento, eles afirmam que a substância não foi vista no mar das praias do Recife e que os peixes e crustáceos, por enquanto, estão limpos e sadios.

"Estamos bastante apreensivos que essas manchas consigam chegar aqui no litoral (do Recife) e prejudique mais do que já está prejudicando em outros lugares", disse o pescador Paulo 'Tubarão'. Já o pescador Rosielio Pereira espera que os responsáveis pelo desastre ambiental sejam descobertos e responsabilizados: "Alguém tem que descobrir; tem pagar por isso. Por que o pescador vai querer receber alguma coisa, ele vai ficar sem pescar".

Leia também:

>> Equipes se mobilizam para conter óleo em São José da Coroa Grande

Contaminação de pescados

De acordo com a bióloga Soraya El-Dier, o derramamento do material pode contaminar os animais marinhos e levá-los à morte . Além disso, a substância também pode afetar a saúde de quem se alimentar dos pescados: "Pode haver a entrada de algum contaminante no que a gente chama de 'teia trófica' na rede de alimentação e isso atingir a rede de pescado que seja da nossa alimentação".

Os detalhes na reportagem de Juliana Oliveira.

Confira:

Estado de emergência

A prefeitura do município de São José da Coroa Grande decretou, na noite dessa quinta-feira (17), estado de emergência na região, menos de 24 horas após o reaparecimento de manchas de óleo nas praias da cidade.

No dia 25 de setembro, os moradores já haviam encontrados fragmentos de óleo.

Contenção

A Marinha, a Petrobras e a Transpetro disponibilizaram barreiras de contenção e de absorção, além de mantas absorventes, para conter o avanço de petróleo em Pernambuco. A medida foi resultado de uma reunião realizada nessa quinta (17), na sede da Capitania dos Portos, na área central do Recife.

Em São José da Coroa Grande, a Prefeitura também está combatendo o avanço do petróleo. Máquinas e equipamentos estão sendo disponibilizados para uma possível retirada dos resíduos do barco e posterior transporte dele para um aterro industrial. Pescadores da região se disponibilizaram a ajudar no monitoramento das praias.

Praias que foram afetadas em Pernambuco*

  • Boa Viagem - Recife - oleada/vestígios esparsos
  • Praia Del Chifre - Olinda - oleada/vestígios esparsos
  • Candeias - Jaboatão dos Guararapes - oleada/vestígios esparsos
  • Piedade - Jaboatão dos Guararapes - oleada/vestígios esparsos
  • Praias de Gamboa - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
  • Praia de Nossa Senhora do Ó - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
  • Porto de Galinhas - Ipojuca - oleada/vestígios esparsos
  • Pau Amarelo - Paulista - oleada/vestígios esparsos
  • Conceição - Paulista - oleada/vestígios esparsos
  • Carneiros - Tamandaré - oleada/vestígios esparsos**
  • Tamandaré - Tamandaré - oleada/vestígios esparsos**
  • Ilha Cocaia - Cabo de Santo Agostinho - oleada/vestígios esparsos
  • Praia do Paiva - Cabo de Santo Agostinho - oleada/vestígios esparsos
  • Praia do Forte Orange - Ilha de Itamaracá - oleada/vestígios esparsos
  • Catuama - Goiana - oleada/vestígios esparsos
  • Ponta de Pedras - Goiana - oleada/vestígios esparsos
  • São José da Coroa Grande - oleada/vestígios esparsos**

*Apesar de afetadas, atualmente não há registro do material nestas praias. Fonte: Ibama

**Em tais localidades, há registro do material.

Saiba mais sobre as manchas de óleo