Em áudio publicado no início da tarde desta quinta-feira (24), o ex- policial militar e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL), Fabrício Queiroz, fala sobre indicações políticas para cargos no Congresso Nacional. Queiroz chega a falar em fila no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro e nos valores que os cargos poderiam render.
“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado. Vinte 'continho' aí para gente caía bem", disse Queiroz.
De acordo com o jornal O GLOBO, o áudio é parte de uma conversa gravada em junho deste ano, 8 meses depois de Fabrício Queiroz ser exonerado por Flávio Bolsonaro. Mesmo afastado, o ex-assessor demonstra ter poder e conhecimento junto ao clã Bolsonaro.
Os detalhes com Ivan Júnior.
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Confira a transcrição do áudio na íntegra:
"Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada, em nada. Vinte continho aí para gente caía bem para c*, meu irmão, entendeu?
Não precisa vincular ao nome. Só chegar lá e, pô cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila.
Só chegar lá e, pô meu irmão, nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí, salariozinho bom desse aí, cara, para a gente que é pai de família, cai como uma uva".
Nota de Flávio Bolsonaro
Flávio Bolsonaro afirmou em nota que não mantém qualquer contato com Fabrício Queiroz há quase um ano. A nota diz ainda que o áudio demonstra que o ex-assessor não tem qualquer acesso a cargos.
Fabrício Queiroz
A defesa de Queiroz declarou em nota ver com naturalidade o fato dele ainda deter capital político. A nota também diz que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro tem contribuído na campanha de diversos políticos do Rio de Janeiro e não cometeu nenhum crime ao indicar assessores.
Fabrício Queiroz trabalhou para o então deputado estadual Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro, onde movimentou de forma atípica 1,2 milhão reais entre 2016 e 2017. Ele é acusado, ao lado do senador Flávio Bolsonaro, de ficar com parte dos salários de assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, prática conhecida como "rachadinha".