SAÚDE

Ministério Púbico realiza vistoria no HGV e cobra ações do estado

A promotora do MPPE Helena Capela cobra um plano de ação referente a estrutura do hospital e aos pacientes que estão na área da emergência

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 06/12/2019 às 15:25
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

Uma semana depois da interdição de parte do Hospital Getúlio Vargas (HGV), localizado no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, uma comissão do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou uma vistoria na estrutura da unidade hospitalar. Nesta sexta-feira (6), a equipe do MPPE composta pela promotora de saúde, Helena Capela, um analista e um engenheiro, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e da Direção do Hospital visitaram o bloco G3, que foi interditado pela Defesa Civil do Estado.

A promotora do MPPE, Helena Capela, afirma que as áreas que receberam os pacientes realocados se encontram em superlotação. “A situação que foi encontrada foi uma situação de assistência aos pacientes, mas de uma relativa superlotação, porque os pacientes estavam numa área que foi interditada e foram encaminhados para uma área que não tinha condição de receber todos eles. Mas o estado também suspendeu o encaminhamento, uma medida para evitar uma maior superlotação. O estado não está mais regulando pacientes de emergência para o Hospital Getúlio Vargas”, afirmou.

De acordo com a promotora, a situação preocupa o Ministério Público, devido ao congestionamento já existente em outras unidades de saúde da Região Metropolitana do Recife. “As unidades de saúde de referência, como o Hospital Getúlio Vargas, o Otávio de Freitas, o HR, já estão em situação de superlotação. Então quando um hospital como o HGV, que é referência em urologia, traumato ortopedia, em cirurgia geral, não recebe emergência, para onde esses pacientes vão? Para outras unidades que já estão superlotadas. O Ministério Público pediu ao Estado que apresente um plano de ação em relação ao encaminhamento dos pacientes da emergência também”, disse.

O MPPE instaurou um inquérito e agendou uma audiência pública para a próxima terça-feira (10). A promotora destaca que entre as providências que devem ser tomadas pelo estado, está a reforma de todo o bloco G. “O engenheiro do Ministério Público constatou já em outra inspeção, em anos anteriores, que a despeito do G3 ter sido interditado, o G1 e G2 também tem patologias que terminam agravando a situação do G3. Então esses dois blocos também tem que passar por esse reforços e o estado vai apresentar um plano de ação para onde encaminhará os pacientes. Em paralelo a isso, o estado vai dar início a uma obra através de uma licitação. Durante esse prazo, tem que ter um plano emergencial de ação do estado, até que essa obra seja finalizada”.

Os blocos G1 e G2 foram liberados pelo Coren, na tarde desta sexta-feira (6), por apresentarem condições de estabilidade e segurança suficientes para o funcionamento. Com a decisão, os profissionais da categoria poderão voltar a trabalhar no espaço.

Confira a nota na íntegra do Coren em relação aos blocos G1 e G2:

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) vem a público informar que, em Reunião Extraordinária de Plenário, realizada hoje (sexta-feira, 06), deliberou-se, de forma unânime, pela manutenção da interdição ética dos serviços de Enfermagem no bloco G3, do Hospital Getúlio Vargas (HGV). Desta forma, os enfermeiros, técnicos e auxiliares devem retornar às suas atividades nos blocos G1 e G2. A decisão foi tomada após análise dos documentos enviados pela Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES/PE) e pela diretoria do HGV, que atestaram a falta de “evidências técnicas que demandem na interdição das demais áreas, além das já interditadas pela Secretaria de Saúde, antes da ocorrência do dia 29/11/2019” e, assim, se responsabilizam por todo e qualquer evento danoso aos profissionais de Enfermagem e usuários do complexo de saúde. O Coren-PE destaca que permanece aguardando a elaboração de laudo técnico conclusivo que aponte os reais motivos que ocasionaram os fatos ocorridos na madrugada da última sexta-feira (29).

Ouça a reportagem de Betânia Ribeiro com colaboração de Isa Maria, da TV Jornal: