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Após vídeo com trecho nazista, Bolsonaro exonera secretário de Cultura

Vídeo em que o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, utiliza frase do ministro nazista Joseph Goebbels gerou crise

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 17/01/2020 às 13:38
Reprodução/ Internet
FOTO: Reprodução/ Internet

O presidente Jair Bolsonaro comunicou nesta sexta-feira (17) o desligamento do secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, do cargo: "Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", diz a nota enviada pela Secretaria de Comunicação da Presidência de República.

Na madrugada desta sexta-feira, Alvim divulgou um vídeo, em sua conta no Twitter, que remete a trechos de um discurso do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels. No vídeo, o secretário fala sobre o lançamento do Prêmio Nacional das Artes, e sobre o que seria o ideal artístico para a pasta. Como música de fundo, o secretário escolheu uma ópera de Wagner, compositor preferido do líder nazista, Adolph Hitler.

 

Na nota, o presidente Bolsonaro reiterou seu repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas. "Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum", complementou.

Citação nazista

O trecho que gerou a discussão foi o seguinte: "A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada".

As semelhanças são evidentes com o discurso exposto no livro Joseph Goebbels: uma biografia, do historiador alemão Peter Longerich. "A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada" é a fala do ministro nazista.

Antes de ser exonerado, Roberto Alvim atacou a esquerda em uma publicação em sua conta do Facebook. Na publicação, ele afirmava que o que aconteceu foi "uma coincidência retórica", mas que "a frase em si é perfeita". Veja:

Após a demissão, no entanto, pediu perdão à comunidade judaica e disse que "não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela".

Após a ampla repercussão do vídeo, o material foi retirado das redes sociais e da conta do YouTube da Secretaria Especial de Cultura.